O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, condena o lançamento de Pyongyang durante visita a Seul.
06 de Janeiro de 2025 às 07h29

Coreia do Norte dispara mísseis enquanto Blinken se reúne com autoridades sul-coreanas

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, condena o lançamento de Pyongyang durante visita a Seul.

A Coreia do Norte realizou, nesta segunda-feira, o lançamento de um míssil balístico, coincidentemente durante a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, à Coreia do Sul. O projétil, que se presume ser de alcance intermediário, foi disparado da região de Pyongyang e caiu no Mar do Japão, conforme informações das forças armadas sul-coreanas.

O lançamento ocorreu por volta do meio-dia, horário local, e percorreu aproximadamente 1.100 quilômetros antes de atingir as águas entre a Península Coreana e o Japão. O Ministério da Defesa japonês confirmou que o projétil caiu fora da zona econômica exclusiva do país e não houve relatos de danos a embarcações ou aeronaves.

Este foi o primeiro teste de mísseis da Coreia do Norte em três meses, e aconteceu a apenas duas semanas da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. Durante seu mandato anterior, Trump havia tentado um diálogo direto com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em uma série de encontros que geraram expectativas de desescalada nas tensões entre os dois países.

Em coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, Blinken condenou o lançamento, afirmando que se tratava de “mais uma violação das múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU”. O secretário de Estado também expressou preocupações sobre a crescente cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, indicando que Moscou estaria prestes a compartilhar tecnologias espaciais e satélites avançados com Pyongyang.

“A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) já recebe equipamentos e treinamentos militares da Rússia. Hoje, temos razões para acreditar que Moscou pretende compartilhar tecnologias avançadas no campo do espaço e dos satélites com Pyongyang”, declarou Blinken, referindo-se à Coreia do Norte pelo seu nome oficial.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além disso, Blinken mencionou que a Rússia pode estar próxima de reconhecer formalmente a Coreia do Norte como uma potência nuclear, o que aumentaria ainda mais as preocupações sobre a segurança na região. A embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, já havia levantado questões semelhantes em declarações anteriores.

A visita de Blinken ocorre em um momento de crise política na Coreia do Sul, onde o presidente Yoon Suk Yeol enfrenta um processo de impeachment após uma tentativa de imposição de lei marcial. O presidente interino, Choi Sang-mok, que assumiu após a destituição de Yoon, se reuniu com Blinken para discutir a situação de segurança na península.

Durante a coletiva, Blinken reafirmou o “compromisso inabalável” dos Estados Unidos em defender a Coreia do Sul e destacou a importância da cooperação trilateral entre os EUA, a Coreia do Sul e o Japão. O secretário de Estado enfatizou que, apesar da turbulência política interna, a aliança entre os dois países permanece forte.

Yoon, que era considerado um aliado próximo de Biden, buscou estreitar laços com o Japão, outro importante parceiro dos EUA na região. Em 2023, os líderes dos três países se reuniram em um cúpula histórica em Camp David, onde prometeram aumentar a cooperação em inteligência relacionada à Coreia do Norte.

O recente lançamento de mísseis pela Coreia do Norte, em meio a essa instabilidade política, levanta questões sobre o futuro das relações na região e a resposta dos Estados Unidos diante de provocação contínua de Pyongyang. A situação permanece em monitoramento constante, com as forças armadas sul-coreanas reforçando a vigilância para possíveis novos lançamentos.

Veja também:

Tópicos: