Família sepulta idosa com as próprias mãos após coveiro não comparecer
Em Miranorte (TO), familiares enfrentam chuva e indignação ao enterrar idosa de 87 anos sem auxílio de coveiro.
Familiares de uma idosa de 87 anos, que faleceu em Miranorte, no Tocantins, se viram obrigados a realizar o sepultamento da mulher com as próprias mãos, no último domingo (5), após a ausência do coveiro no cemitério municipal. O episódio gerou revolta entre os parentes, que esperaram por cerca de 30 minutos pela chegada do funcionário, sem sucesso.
O sepultamento ocorreu no cemitério São João Batista, onde os familiares, sob forte chuva, cavaram a terra e utilizaram baldes para retirar a lama acumulada. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a cena angustiante, com os netos e filhos da falecida expressando sua indignação: “O coveiro não está aqui, quem está fazendo o enterro da minha avó somos nós, os netos e os filhos”.
A neta da idosa, Tharwelcy Noleto, relatou que o velório começou às 8h30 e o sepultamento estava agendado para às 17h. Segundo ela, a família havia combinado previamente o horário com o coveiro, mas, após as intensas chuvas que atingiram a cidade, o funcionário desapareceu sem qualquer explicação.
“Estava chovendo muito na hora do sepultamento e a cova estava cheia de água. Na hora de colocar o caixão na cova, não havia corda, a gente que desceu o caixão da minha avó”, afirmou Tharwelcy, visivelmente emocionada.
A situação gerou uma onda de indignação entre os familiares, que planejam acionar a Justiça, alegando que o episódio expôs falhas nos serviços públicos e resultou em um sepultamento que consideram indigno. “Ela não teve um enterro digno, a gente que fez o sepultamento dela, se não fosse a gente, não teria sido enterrada”, declarou a neta.
Até o momento, a Prefeitura de Miranorte não se manifestou sobre o ocorrido e não prestou esclarecimentos à família. Os parentes reforçaram que a falta de apoio em um momento tão delicado gerou constrangimento e sofrimento adicional.
O caso levanta questões sobre a responsabilidade dos serviços funerários e a necessidade de garantir que famílias em luto recebam o suporte adequado em momentos de dor. A ausência do coveiro, que deveria ter sido um suporte essencial, transformou um momento de despedida em uma situação de desespero e indignação.
Os familiares aguardam uma resposta da administração municipal, que ainda não se pronunciou sobre a falha no atendimento e a falta de assistência durante o sepultamento. A expectativa é que a situação seja esclarecida e que medidas sejam tomadas para evitar que episódios como este se repitam no futuro.
A situação em Miranorte é um lembrete da importância de garantir serviços públicos adequados, especialmente em momentos críticos como a perda de um ente querido. A falta de um coveiro em um momento tão delicado não apenas frustrou as expectativas da família, mas também levantou questões sobre a responsabilidade do município em assegurar que os serviços funerários sejam prestados de maneira digna e respeitosa.
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