Dos 12 PMs envolvidos na agressão a uma mulher de 63 anos, apenas um continua afastado, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
11 de Janeiro de 2025 às 08h48

Policiais afastados por agredir idosa em Barueri retornam ao trabalho um mês após o caso

Dos 12 PMs envolvidos na agressão a uma mulher de 63 anos, apenas um continua afastado, segundo a Secretaria de Segurança Pública.

Onze dos doze policiais militares que foram afastados de suas funções após agredirem uma idosa de 63 anos e aplicarem um golpe de mata-leão em seu filho, de 39 anos, durante uma abordagem em Barueri, na Grande São Paulo, já retornaram ao trabalho. O incidente ocorreu em 4 de dezembro de 2024 e foi amplamente divulgado após a divulgação de vídeos gravados por testemunhas.

A informação sobre o retorno dos policiais foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). Em nota, a secretaria informou que apenas um dos policiais permanece afastado e à disposição da Corregedoria da Polícia Militar, que investiga o caso. “A Polícia Militar não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos da corporação”, destacou a SSP.

A abordagem que resultou na agressão ocorreu na Rua Mar Negro, onde os policiais, em ronda de rotina, notaram uma motocicleta com documentação irregular. Ao solicitarem os documentos do veículo, o empresário Juarez Lima Junior e seu filho, Matheus Higino Lima Silva, tentaram se refugiar na garagem de sua residência.

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De acordo com a versão da Polícia Militar, ao serem abordados, pai e filho teriam proferido ofensas aos agentes, chamando-os de “lixos”. A situação escalou rapidamente, levando os policiais a solicitar reforços e invadir a residência, onde agrediram a família com cassetetes.

Imagens do incidente mostram a idosa, Lenilda Messias Santos Lima, sendo empurrada e chutada por um dos policiais, além de aparecer com o rosto ensanguentado. Em uma declaração à TV Globo, Juarez relatou que os policiais entraram em sua casa de forma violenta e sem mandado, criando uma situação de terror.

“Eles vieram e deram um monte de pontapé, empurraram a porta e abriram. Do jeito que eles abriram, já entraram com pistola na nossa cara, com laser, as pistolas com luz verde na nossa cara, arma grande e o cassetete batendo em todo mundo. Pegaram meu filho e levaram para o canto. Batendo nele todo o tempo e virou aquela confusão generalizada. Uma verdadeira cena de terror”, disse Juarez.

Devido aos ferimentos, Lenilda, Juarez e Matheus foram levados ao Pronto Socorro Central de Barueri e, posteriormente, à Delegacia de Polícia da cidade, onde o caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade.

Os policiais, em seus depoimentos, justificaram a entrada na residência e o uso da força alegando que Matheus teria praticado o crime de desacato. A situação gerou indignação na comunidade local e levantou discussões sobre a conduta da polícia durante abordagens.

A SSP-SP reafirmou seu compromisso em investigar o caso e tomar as medidas necessárias para garantir a integridade e a legalidade nas ações policiais, enfatizando que não tolerará abusos de autoridade.

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