O presidente afastado da Coreia do Sul enfrenta novas investigações e tentativas de prisão em meio a crise política.
07 de Janeiro de 2025 às 08h06

Justiça sul-coreana renova mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol

O presidente afastado da Coreia do Sul enfrenta novas investigações e tentativas de prisão em meio a crise política.

A Justiça da Coreia do Sul emitiu um novo mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol nesta terça-feira, 7 de janeiro, conforme noticiado pela agência estatal Yonhap. O Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários confirmou a renovação da ordem, que busca a detenção de Yoon, que se encontra em meio a uma grave crise política no país.

O primeiro mandado de prisão contra Yoon expirou à meia-noite de terça-feira, horário local, o que corresponde a meio-dia de segunda-feira no horário de Brasília. A renovação foi necessária após uma tentativa frustrada de prisão na última sexta-feira, 3 de janeiro, que foi bloqueada pelo serviço de segurança presidencial.

De acordo com o Escritório de Investigação de Corrupção, uma nova solicitação para prorrogar o prazo do mandado já foi feita à Justiça, mas ainda não há informações sobre a extensão do mesmo. As autoridades anticorrupção e a polícia sul-coreana se reuniram para discutir estratégias mais eficazes para prender o presidente afastado.

O clima político na Coreia do Sul se deteriorou desde dezembro, quando Yoon anunciou a declaração de lei marcial, que restringiu direitos civis. O Parlamento rapidamente bloqueou o decreto, resultando no impeachment do presidente. Atualmente, Yoon enfrenta investigações por insurreição, um crime que pode levar a penas severas, incluindo prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte.

Se o mandado de prisão for cumprido, Yoon Suk Yeol se tornará o primeiro presidente sul-coreano a ser preso enquanto ainda ocupa o cargo. Ele permanece confinado em sua residência oficial, protegido por uma equipe de segurança leal, que até agora tem resistido às tentativas de detenção.

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Nos últimos dias, milhares de sul-coreanos têm protestado em frente à residência presidencial em Seul, divididos entre apoiadores e opositores de Yoon, desde a emissão do novo mandado de prisão.

Na última sexta-feira, os investigadores solicitaram ao ministro das Finanças, Choi Sang-mok, que foi designado presidente interino, que colaborasse com a ordem de prisão, exigindo a cooperação do serviço de segurança presidencial. No entanto, a primeira tentativa de prisão foi marcada por um confronto tenso entre os investigadores e os guarda-costas de Yoon, que impediram a ação.

O embate, que não resultou em violência armada, deixou a situação em um limbo, com a ordem de prisão prestes a expirar. Os investigadores podem tentar uma nova abordagem antes do prazo final, mas se o mandado expirar, terão que solicitar outro.

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul agendou para 14 de janeiro o início do julgamento de destituição de Yoon, que poderá continuar em sua ausência caso não compareça. Os advogados do presidente afastado já classificaram o mandado de prisão como “ilegal e inválido”, prometendo tomar medidas legais para contestá-lo.

A instabilidade política no país tem gerado preocupações, especialmente entre aliados como os Estados Unidos, que pedem à elite política sul-coreana que busque um “caminho estável” para o futuro. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que está deixando o cargo, deve manter diálogos em Seul na próxima segunda-feira, em um esforço para fortalecer as relações entre os dois países e abordar a situação com a Coreia do Norte.

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