Jean-Marie Le Pen, fundador do partido de extrema direita, faleceu nesta terça-feira, 7 de janeiro, em Garches.
07 de Janeiro de 2025 às 09h35

Morre Jean-Marie Le Pen, figura histórica da extrema direita na França, aos 96 anos

Jean-Marie Le Pen, fundador do partido de extrema direita, faleceu nesta terça-feira, 7 de janeiro, em Garches.

Jean-Marie Le Pen, uma das figuras mais controversas da política francesa e fundador do partido de extrema direita Frente Nacional, faleceu nesta terça-feira, 7 de janeiro, aos 96 anos. A informação foi confirmada pela família do político à agência de notícias AFP.

Le Pen morreu em um estabelecimento de cuidados em Garches, nos arredores de Paris, onde estava internado há várias semanas devido a problemas de saúde. A família informou que ele faleceu ao meio-dia, cercado por seus entes queridos.

Nascido em 20 de junho de 1928, em La Trinité-sur-Mer, na Bretanha, Le Pen teve uma carreira política marcada por polêmicas e controvérsias. Ele fundou o Frente Nacional em 1972, um partido que se tornou um dos principais representantes da extrema direita na França, posteriormente rebatizado como Reagrupamento Nacional.

Le Pen foi um político combativo, conhecido por suas declarações provocativas e sua postura nacionalista. Ele se destacou ao chegar ao segundo turno da eleição presidencial de 2002, onde enfrentou Jacques Chirac, surpreendendo muitos ao eliminar o candidato socialista Lionel Jospin na primeira rodada. Apesar de ser derrotado por Chirac com mais de 82% dos votos, sua ascensão ao segundo turno marcou um ponto de virada na política francesa.

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Em sua trajetória, Le Pen foi eleito deputado pela primeira vez em 1956 e, ao longo de sua carreira, se tornou eurodeputado e conselheiro regional. Ele se destacou por suas opiniões polêmicas sobre imigração e identidade nacional, além de ter enfrentado diversas acusações legais ao longo dos anos, incluindo declarações negacionistas sobre o Holocausto.

O político foi pai de três filhas, sendo a mais conhecida Marine Le Pen, que sucedeu seu pai na liderança do partido em 2011. Marine tentou distanciar a imagem do partido das controvérsias do pai, mas manteve a linha política ultraconservadora que caracteriza a família.

Jean-Marie Le Pen também teve uma vida marcada por seu passado militar, tendo servido na Legião Estrangeira Francesa durante as guerras da Indochina e da Argélia, onde foi acusado de tortura. Ele sempre defendeu suas ações durante esses conflitos, afirmando que eram necessárias em situações extremas.

O legado de Le Pen é complexo e polarizador. Para muitos, ele representa a ascensão da extrema direita na França, enquanto outros o veem como um símbolo de resistência a um sistema político que consideram falido. Sua morte marca o fim de uma era na política francesa, que agora se vê em um novo contexto com a ascensão de sua filha e a transformação do partido.

Jean-Marie Le Pen deixa um legado que continua a influenciar a política francesa, especialmente em tempos de crescente polarização e debate sobre identidade nacional e imigração. Sua trajetória é um reflexo das tensões sociais e políticas que ainda permeiam a sociedade francesa contemporânea.

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