Taiany Caroline Martins Matos, de 32 anos, caiu de um prédio em Breda; familiares questionam versão da polícia sobre o caso.
07 de Janeiro de 2025 às 15h52

Morte de pedagoga brasileira na Holanda gera polêmica e investigações em andamento

Taiany Caroline Martins Matos, de 32 anos, caiu de um prédio em Breda; familiares questionam versão da polícia sobre o caso.

A pedagoga brasileira Taiany Caroline Martins Matos, de 32 anos, faleceu após cair do quarto andar de um prédio na cidade de Breda, na Holanda, na última sexta-feira, dia 3 de janeiro. O incidente ocorreu em um momento que ainda gera muitas dúvidas e questionamentos por parte de seus familiares e amigos.

De acordo com relatos de testemunhas, momentos antes da queda, foram ouvidos gritos de desespero, incluindo frases como “não faça isso”. Apenas o namorado de Taiany, um holandês de 53 anos, estava presente no imóvel no momento do acidente. A polícia local, após uma rápida investigação, concluiu que não houve crime, o que deixou a família da vítima perplexa.

Natural de Planaltina, no Distrito Federal, Taiany havia se mudado para a Europa há seis anos em busca de melhores oportunidades. Sua irmã, Naiany Martins, revelou que a pedagoga se mudou para a Holanda há três meses após conhecer o namorado. No entanto, a família expressa preocupação com relatos de que Taiany estaria vivendo um relacionamento abusivo, onde era supostamente controlada e impedida de sair e trabalhar.

“Ele dizia que queria casar com ela e era muito romântico. No entanto, ela estava sempre sob controle, não podia fazer nada sem a permissão dele”, afirmou Naiany. A irmã ainda destacou que, apesar de nunca ter mencionado abusos, Taiany tinha planos de se casar e estava feliz com o relacionamento.

Um dia antes de sua morte, Taiany teria decidido sair com amigas, mesmo contrariando a vontade do namorado. Durante a noite, as amigas a acompanharam até em casa, onde, segundo relatos, ela fez uma ligação para elas, afirmando que o namorado estava tentando pegar seu celular e que estava com medo dele.

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Após o incidente, o namorado de Taiany afirmou que a jovem teria se pendurado na janela, perdendo o equilíbrio e caindo. Contudo, a rapidez da investigação policial, que durou apenas um dia e não ouviu testemunhas, levantou suspeitas entre os familiares, que questionam a conclusão de que a morte foi acidental.

Testemunhas que estavam nas proximidades do prédio relataram ter ouvido gritos de socorro antes da queda, o que contrasta com a versão apresentada pelo namorado e pela polícia. “Parecia que alguém estava sendo atacado”, disse um morador local, reforçando a ideia de que a situação pode ter sido mais complexa do que a versão oficial sugere.

Além das questões relacionadas à investigação, a família de Taiany enfrenta dificuldades financeiras para o traslado do corpo da pedagoga de volta ao Brasil. O custo estimado para o transporte é de cerca de 7 mil euros, e, segundo os parentes, o namorado da vítima se recusou a ajudar com os custos. Uma vaquinha foi iniciada para arrecadar fundos e possibilitar que a família possa dar um último adeus à jovem.

“Ele disse que ajudaria a enviar o corpo, mas agora mudou de ideia. Minha mãe quer ter a chance de se despedir dela de forma digna”, lamentou Naiany.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do Consulado-Geral em Amsterdã, informou que está acompanhando o caso e está à disposição para prestar assistência consular aos familiares.

Taiany era uma mulher cheia de vida, apaixonada por viagens e fluente em vários idiomas. Sua irmã descreve a pedagoga como alguém que sempre buscou aproveitar ao máximo a vida. “Estamos devastados e em busca de respostas”, finalizou Naiany, ressaltando a dor da perda e a necessidade de esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte da irmã.

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