BNDES aprova R$ 1 bilhão para construção de usina de etanol 2G da Raízen em SP
Financiamento será destinado à produção de etanol de segunda geração em Andradina, com capacidade de até 82 milhões de litros anuais.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a aprovação de um financiamento de R$ 1 bilhão para a Raízen Energia, visando a construção de uma usina de etanol de segunda geração (E2G) em Andradina, no interior de São Paulo. A nova planta terá uma capacidade instalada de produção de até 82 milhões de litros por ano, conforme informações divulgadas pela instituição de fomento.
O etanol de segunda geração é produzido a partir de resíduos do processo produtivo convencional, como o bagaço da cana-de-açúcar, ao contrário do método tradicional que utiliza o caldo da cana. Essa inovação no processo produtivo não apenas otimiza o uso de recursos, mas também contribui para a sustentabilidade ambiental.
O biocombustível celulósico, resultante dessa produção, apresenta uma pegada de carbono 80% menor que a gasolina comum e 30% menor que o etanol convencional. Essa característica tem atraído o interesse de diversas indústrias que buscam descarbonizar suas operações e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
A Raízen, considerada a maior produtora de etanol de cana do mundo, já havia iniciado, em novembro do ano passado, as operações de testes e comissionamento de duas novas plantas de E2G localizadas em Valparaíso e Barra Bonita, ambas no estado de São Paulo. Com a nova usina em Andradina, a empresa pretende expandir ainda mais sua capacidade de produção de biocombustíveis avançados.
Além da nova unidade, a Raízen já opera outras duas plantas de etanol de segunda geração. Em comunicado anterior, a empresa indicou que espera encerrar a safra 2024/25 com uma capacidade nominal total de 278 milhões de litros de etanol celulósico.
O processo de produção do etanol 2G utiliza enzimas específicas para extrair os açúcares presentes na celulose, que são posteriormente fermentados por leveduras. Essa tecnologia inovadora é um passo importante para a diversificação das fontes de biocombustíveis e para a promoção de uma economia mais verde.
O biocombustível produzido tem aplicabilidade confirmada em várias frentes, incluindo o combustível sustentável para aviação (SAF), hidrogênio verde e combustíveis marítimos, conforme destacou o BNDES em sua nota.
O financiamento aprovado será dividido em R$ 500 milhões provenientes do Programa BNDES Mais Inovação e R$ 500 milhões do Fundo Clima. O investimento total no projeto da Raízen está estimado em aproximadamente R$ 1,4 bilhão, o que também resultará na geração de mais de 1.500 empregos diretos durante a fase de construção e 200 durante a operação de cada planta.
Com essa iniciativa, o BNDES reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a inovação no setor de biocombustíveis, contribuindo para a transição energética do Brasil e a redução da dependência de combustíveis fósseis.
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