Novo advogado de Bolsonaro no STF já defendeu petistas famosos em casos de corrupção
Celso Vilardi, advogado criminalista, assume a defesa do ex-presidente em processos no Supremo Tribunal Federal.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a escolha de um novo advogado para liderar sua defesa no Supremo Tribunal Federal (STF). O criminalista Celso Sanchez Vilardi, que já atuou em casos de grande repercussão envolvendo figuras do Partido dos Trabalhadores (PT), assume oficialmente a equipe de defesa a partir desta quinta-feira, 9 de janeiro.
Vilardi, que é professor de Direito na Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo e possui uma sólida formação acadêmica, foi escolhido para substituir Paulo Cunha Bueno, que continuará integrando a equipe de defensores do ex-presidente. Em sua primeira declaração após a nomeação, Vilardi afirmou: “Já estudei o caso e vou começar a trabalhar agora. Sobre eventuais mudanças de estratégia ou algo do tipo não cabe falar por enquanto”.
O advogado é conhecido por sua experiência em defesas de figuras envolvidas em operações da Polícia Federal, incluindo casos de corrupção. Entre seus clientes anteriores estão Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e o empresário Eike Batista, ambos envolvidos em escândalos de grande notoriedade. Vilardi também defendeu Robson Marinho, ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, e Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo, que foi investigado pela CPI do Banestado.
Atualmente, Bolsonaro enfrenta uma série de acusações, incluindo indiciamentos relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022, além de investigações sobre a venda ilegal de joias da Presidência e a falsificação de cartões de vacinação contra a covid-19. O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal em 21 de novembro, juntamente com outras 36 pessoas, por supostamente ter participado de uma trama para impedir a posse do presidente Lula (PT).
A mudança na equipe de defesa ocorre em um momento simbólico, marcando dois anos dos atentados golpistas contra as sedes dos três Poderes em Brasília. Enquanto isso, aliados de Bolsonaro continuam a pressionar pela anistia dos presos envolvidos nos ataques, argumentando que não houve tentativa de golpe.
Além de Vilardi, Paulo Cunha Bueno, que chefiava a defesa até então, permanece na equipe, o que pode indicar uma continuidade na estratégia de defesa. Os deputados e senadores do PL, partido de Bolsonaro, ainda acreditam que o projeto de anistia para os envolvidos nos ataques golpistas pode avançar neste ano, apesar de ter estagnado no ano anterior.
Entre os indiciados no inquérito da Polícia Federal, além de Bolsonaro, estão figuras como o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e outros militares que compõem a maioria dos suspeitos, totalizando 25 nomes. A lista também inclui o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem.
A defesa de Bolsonaro sob a liderança de Vilardi terá que lidar com uma série de desafios legais, incluindo a complexidade das acusações e a pressão política em torno do ex-presidente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar mais de uma denúncia ao STF, dividindo as acusações entre os indiciados, o que pode complicar ainda mais a situação de Bolsonaro.
Com a nova equipe de defesa, a expectativa é que Vilardi busque estratégias robustas para enfrentar os desafios legais que se avizinham, enquanto o ex-presidente continua a ser um tema central no debate político brasileiro.
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