O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, discute a pressão do governo para remover postagens e a recente mudança nas práticas de moderação.
10 de Janeiro de 2025 às 17h41

Zuckerberg revela pressão da administração Biden para censurar conteúdos na Meta

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, discute a pressão do governo para remover postagens e a recente mudança nas práticas de moderação.

O fundador da Meta, Mark Zuckerberg, compartilhou em um podcast com Joe Rogan detalhes sobre a intensa pressão que sua empresa enfrentou da administração Biden para censurar conteúdos postados por usuários. Segundo Zuckerberg, membros do governo teriam feito ligações agressivas exigindo a remoção de publicações que consideravam problemáticas.

Durante a conversa, Zuckerberg destacou que, em meio à pandemia de COVID-19, a administração Biden estava particularmente preocupada com informações que poderiam ser vistas como contrárias à campanha de vacinação. Ele afirmou que, em várias ocasiões, recebeu ordens para retirar conteúdos que mencionavam possíveis efeitos colaterais das vacinas, mesmo que essas informações fossem verdadeiras.

“Eles basicamente nos pressionaram e disseram que qualquer coisa que sugerisse que as vacinas poderiam ter efeitos colaterais deveria ser removida”, relatou Zuckerberg. O CEO da Meta enfatizou que a empresa se recusou a seguir essas ordens, afirmando que “não vamos remover conteúdos que são verdadeiros. Isso é ridículo”.

Zuckerberg também comentou sobre o fim dos programas de verificação de fatos de terceiros, que, segundo ele, desviaram-se de sua intenção original de combater informações falsas. Ele comparou a situação a um cenário distópico, semelhante ao descrito no livro “1984”, de George Orwell, onde a censura e a manipulação da informação são predominantes.

“No início, estabelecemos um sistema que deveria lidar com os piores casos de desinformação, mas isso se desviou do que pretendíamos”, explicou Zuckerberg. Ele reconheceu que a experiência de trabalhar com verificadores de fatos foi problemática e que a confiança do público na plataforma foi severamente afetada.

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O CEO da Meta também mencionou que a pressão da administração Biden não se limitou apenas à remoção de conteúdos, mas também incluiu críticas públicas, onde o presidente Biden chegou a afirmar que plataformas como a Meta estavam “matando pessoas” ao permitir a disseminação de informações consideradas prejudiciais.

“Esses indivíduos da administração Biden ligavam para nossa equipe e gritavam com eles”, disse Zuckerberg, ressaltando que muitos dos documentos relacionados a essas interações estão disponíveis publicamente. Ele também fez uma piada sobre as consequências para aqueles que exigiram a censura, afirmando que “eles perderam a eleição de 2024”.

A discussão levantou questões sobre a liberdade de expressão e o papel das plataformas de mídia social na moderação de conteúdos. Zuckerberg reiterou que a Meta está comprometida em restaurar a liberdade de expressão em suas plataformas, reconhecendo que suas práticas de moderação anteriores foram excessivas.

Com as recentes mudanças anunciadas, a Meta espera que a nova abordagem permita uma maior diversidade de opiniões e informações, sem o temor de represálias governamentais. A conversa com Rogan destacou a complexidade do equilíbrio entre a responsabilidade social e a liberdade de expressão no ambiente digital atual.

O debate sobre a censura de conteúdos e a moderação de informações nas redes sociais continua a ser um tema relevante, especialmente em um contexto onde a desinformação pode ter consequências graves para a saúde pública e a democracia.

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