Alencar Santana, vice-líder do governo, critica nova política da Meta e pede esclarecimentos sobre o modelo proposto por Zuckerberg
07 de Janeiro de 2025 às 19h25

Deputado quer convocar Meta para explicar mudanças na checagem de informações

Alencar Santana, vice-líder do governo, critica nova política da Meta e pede esclarecimentos sobre o modelo proposto por Zuckerberg

O deputado federal Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, anunciou que pretende convocar a Meta, controladora do Facebook e Instagram, para esclarecer as mudanças em sua política de checagem de informações. Ele alega que o novo sistema — em que os próprios usuários participam do processo de verificação — facilitaria a disseminação de desinformação e discursos de ódio, indo na contramão das iniciativas de combate às fake news.

Contudo, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, afirma que a nova abordagem busca garantir maior independência na avaliação de conteúdos, visto que o sistema de “notas da comunidade” poderá ser utilizado por pessoas de diversas correntes políticas. Segundo Zuckerberg, isso ampliaria a pluralidade no processo de verificação, diferentemente do modelo anterior, que dependia fortemente de agências de checagem já acusadas de viés ideológico.

O deputado, que atribui a mudança a uma suposta “adesão da Meta ao conceito de liberdade de expressão defendido pela extrema-direita”, teme um retrocesso no combate à desinformação. Ele sustenta que, ao repassar aos usuários a responsabilidade de verificar fatos, a empresa permitiria que teorias conspiratórias ganhassem ainda mais espaço nas redes.

Em contrapartida, Zuckerberg rebate e argumenta que o uso de agências de checagem contratadas inicialmente para combater desinformação passou a extrapolar os objetivos propostos. Para o CEO, vários conteúdos com posicionamentos simplesmente divergentes de certa visão política foram rotulados como “discurso de ódio” ou “desinformação”, prejudicando o debate público tanto quanto as próprias fake news.

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A convocação do representante da Meta deve ser apresentada após o recesso parlamentar de janeiro, conforme anunciado por Santana. O parlamentar alega que é essencial esclarecer como a empresa planeja manter a moderação responsável em suas plataformas, especialmente em meio ao crescimento de conteúdos enganosos.

Em meio às críticas, apoiadores das mudanças no sistema de checagem da Meta defendem que a participação popular pode democratizar a fiscalização de informações, reduzindo a influência de agências com possíveis inclinações políticas. Já os opositores — em sua maioria alinhados com a atual lógica de verificação por agências externas — sustentam que a transferência de responsabilidade aos usuários pode fragilizar o combate à desinformação.

Zuckerberg, por sua vez, mantém o compromisso de seguir aperfeiçoando o sistema para que a checagem seja, ao máximo, equilibrada. Ele reforça que o objetivo é criar um ambiente em que opiniões diferentes sejam avaliadas de forma justa, sem que grupos com inclinações específicas controlem o fluxo do debate.

O embate entre o deputado Alencar Santana e a Meta, portanto, sinaliza uma discussão mais ampla sobre o papel das big techs na promoção da liberdade de expressão e na garantia de informações fidedignas. Enquanto a convocação oficial não acontece, permanece o questionamento sobre como o novo modelo de verificação influenciará a circulação de conteúdo e o embate político nas redes sociais.

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