Paulo Gonet, procurador-geral da República, se opõe à inclusão do governador no inquérito sobre tentativa de golpe em 2022
13 de Janeiro de 2025 às 21h25

PGR recomenda arquivamento de pedido para investigar Tarcísio de Freitas no inquérito do golpe

Paulo Gonet, procurador-geral da República, se opõe à inclusão do governador no inquérito sobre tentativa de golpe em 2022

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se contra a inclusão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022. O parecer foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 13 de janeiro.

A solicitação para investigar Tarcísio partiu da Bancada Feminista do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que argumentou que o governador esteve no Palácio da Alvorada no dia 19 de novembro de 2022, data em que teria sido discutida a chamada “minuta do golpe” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus assessores.

No parecer, Gonet destacou que a representação apresentada pelas deputadas do PSOL não apresenta “de maneira objetiva e inequívoca” qualquer fato que justifique a adoção de providências investigativas. O procurador afirmou que não há elementos que indiquem a participação de Tarcísio na reunião que ocorreu naquela data.

O procurador-geral também ressaltou que a informação sobre a presença de Tarcísio no Alvorada foi extraída de documentos que já estão sob análise da autoridade responsável pelas investigações. Ele argumentou que não existem novas circunstâncias que justifiquem a continuidade das investigações contra o governador.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

“Não há, assim, qualquer nova circunstância ou fato que justifique a adoção de providências pela Procuradoria-Geral da República ou pela Corte”, concluiu Gonet em sua manifestação.

O inquérito que investiga a tentativa de golpe foi concluído pela Polícia Federal em novembro do ano passado e resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro e ex-ministros de seu governo, por crimes relacionados à tentativa de subversão da ordem democrática.

Além de Tarcísio, outros nomes de destaque também foram mencionados nas investigações, como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, que enfrentam acusações de envolvimento em ações que visavam desestabilizar o Estado democrático de direito.

A decisão de Gonet em arquivar o pedido da bancada do PSOL pode impactar a relação entre o governo de São Paulo e a bancada federal, que já expressou descontentamento com a condução das investigações e a postura do governo em relação ao ex-presidente Bolsonaro.

A Procuradoria-Geral da República continua a acompanhar os desdobramentos do inquérito e a análise dos documentos que foram coletados pela Polícia Federal, que ainda não foram totalmente divulgados ao público.

Veja também:

Tópicos: