A CMA analisa o impacto das práticas do Google em consumidores e empresas sob novas regras antitruste
14 de Janeiro de 2025 às 10h29

Google é alvo de investigação no Reino Unido sobre dominação no setor de busca

A CMA analisa o impacto das práticas do Google em consumidores e empresas sob novas regras antitruste

O Google, subsidiária da Alphabet, enfrenta uma investigação da Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) do Reino Unido, a primeira sob as novas e rigorosas regras antitruste que entraram em vigor recentemente. A análise busca entender se a gigante da tecnologia está distorcendo o mercado de serviços de busca e publicidade online, o que levanta preocupações significativas sobre sua posição dominante.

A CMA anunciou que a investigação avaliará como o Google utiliza sua posição de mercado, que representa mais de 90% das buscas realizadas no Reino Unido, para potencialmente bloquear a concorrência e impedir inovações de outras empresas. Sarah Cardell, diretora da CMA, destacou que “é nossa missão garantir que os usuários se beneficiem plenamente da escolha e da inovação nos serviços de busca”.

As novas regras conferem à CMA poderes ampliados para exigir informações de empresas, aplicar multas e implementar medidas que estimulem a concorrência. A investigação poderá resultar na designação do Google como uma “empresa estratégica no mercado”, o que implicaria em exigências adicionais, como a obrigação de compartilhar dados coletados com outros players do setor e oferecer maior controle aos editores sobre como suas informações são utilizadas.

Além disso, a CMA está atenta à possibilidade de que o Google esteja coletando e utilizando grandes volumes de dados sem o consentimento adequado dos usuários. A investigação também se concentrará em determinar se a empresa prioriza seus próprios serviços, como compras e viagens, em detrimento de concorrentes.

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A CMA estima que a publicidade em busca custa, em média, quase £500 por ano para cada lar britânico, um valor que poderia ser reduzido com uma concorrência mais efetiva. A análise das práticas do Google é um reflexo do crescente escrutínio global sobre as ações de grandes empresas de tecnologia, que têm enfrentado uma pressão crescente para operar de maneira mais transparente e justa.

O processo de investigação deve durar até nove meses, com a CMA prevendo uma decisão até outubro. O regulador já indicou que uma segunda investigação sobre outra grande empresa de tecnologia será iniciada ainda este mês, sinalizando um aumento na vigilância sobre o setor.

Em resposta à investigação, um porta-voz do Google afirmou que “as pessoas no Reino Unido confiam na busca do Google para ajudá-las a encontrar o que precisam” e que a empresa apoia milhões de negócios britânicos, permitindo que alcancem clientes de maneiras inovadoras. O Google se compromete a colaborar com a CMA para garantir que as novas regras beneficiem todos os tipos de sites e serviços.

O foco da investigação se estende também ao impacto das práticas do Google sobre anunciantes, editores de notícias e motores de busca rivais, com a CMA buscando assegurar que haja um campo de jogo justo para todos os participantes do mercado. A análise das práticas do Google ocorre em um momento em que reguladores de todo o mundo estão intensificando seus esforços para lidar com o domínio de algumas poucas empresas de tecnologia extremamente poderosas.

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