O governo americano anunciou restrições a veículos conectados que utilizem tecnologia de países considerados ameaças à segurança nacional.
14 de Janeiro de 2025 às 13h38

EUA impõem proibição a veículos conectados com tecnologia chinesa ou russa

O governo americano anunciou restrições a veículos conectados que utilizem tecnologia de países considerados ameaças à segurança nacional.

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (14), a proibição da venda de veículos conectados que incluam tecnologia chinesa ou russa, abrangendo tanto componentes quanto software. A medida foi justificada pelo risco que essas tecnologias representam à segurança nacional.

O Departamento do Comércio dos EUA havia iniciado uma pesquisa pública sobre o tema no final de setembro, que culminou na publicação de novas regras destinadas a "proteger a cadeia de suprimentos de veículos conectados de ameaças externas". Atualmente, não há veículos conectados chineses disponíveis no mercado americano.

A proibição será implementada de forma gradual, com início previsto para 2027 para software e 2029 para equipamentos, conforme informado pelo Departamento. Apesar da restrição, a fabricante chinesa BYD continua a operar na Califórnia, onde vende ônibus que não estão sujeitos a essa proibição.

Fabricantes ocidentais, como a Volvo, que é controlada pela empresa chinesa Geely, e outras marcas como Polestar, Buick e Lincoln, também oferecem veículos fabricados na China no mercado dos EUA.

A Tesla, por sua vez, produz veículos elétricos na China com foco na exportação. A secretária de Comércio que está deixando o cargo, Gina Raimondo, comentou sobre a evolução dos veículos: "Os carros não são mais apenas aço sobre rodas; eles são computadores. Eles possuem câmeras, microfones, dispositivos GPS e outras tecnologias conectadas à internet".

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Raimondo também destacou que a nova decisão visa proteger a privacidade dos cidadãos americanos e a segurança nacional, afastando adversários que poderiam manipular essas tecnologias para acessar informações sensíveis.

As novas regras exigem que os fabricantes de automóveis evitem o uso de qualquer equipamento ou software proveniente de fornecedores com vínculos significativos com a China ou a Rússia. A proibição se aplica especificamente a veículos particulares, uma vez que o Departamento de Comércio considera que a cadeia de suprimentos para ônibus e caminhões é mais complexa.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Lael Brainaard, afirmou que "a China está tentando dominar o futuro do setor automobilístico", ressaltando que veículos conectados com software e hardware de potências externas podem facilitar o uso indevido de dados confidenciais e interferências indesejadas.

A eletrônica está cada vez mais integrada aos veículos modernos, e a maioria deles está conectada à internet por meio de sistemas de navegação. A crescente adoção de softwares de assistência ao motorista e de condução autônoma intensifica o risco de intervenções externas no controle dos automóveis.

Recentemente, Washington também anunciou que os carros elétricos importados da China estarão sujeitos a tarifas de 100% a partir de 27 de setembro, como parte de uma estratégia mais ampla para limitar a influência tecnológica de países considerados adversários.

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