Com 2,55 milhões de unidades produzidas, Brasil supera a Espanha e retoma posição perdida em 2023.
14 de Janeiro de 2025 às 14h43

Brasil recupera oitava posição mundial na produção de veículos em 2024

Com 2,55 milhões de unidades produzidas, Brasil supera a Espanha e retoma posição perdida em 2023.

O Brasil voltou a se destacar no cenário automotivo mundial ao recuperar a oitava posição entre os maiores fabricantes de veículos, superando a Espanha. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o país produziu 2.549.595 unidades em 2024, um aumento de 9,7% em relação ao ano anterior, quando foram fabricadas 2.324.838 unidades.

Esse crescimento significativo na produção reflete uma recuperação da indústria automotiva brasileira, que havia enfrentado desafios nos últimos anos. Em dezembro de 2024, foram fabricadas 190.131 unidades, uma queda de 19,5% em comparação a novembro, mas um aumento de 10,8% em relação ao mesmo mês de 2023, quando a produção foi de 171.578 veículos.

Mário de Lima Leite, presidente da Anfavea, destacou que a demanda reprimida por transporte individual tem sido atendida, especialmente devido às melhores condições de crédito. Ele afirmou: “Claramente, há uma demanda reprimida por transporte individual que vem sendo atendida de forma crescente. Se essas condições melhorarem e se houver uma política de renovação de frota, mais pessoas poderão optar por veículos 0km”.

Entre os veículos leves, a produção alcançou 2.380.594 unidades, representando um aumento de 8% em relação a 2023. Em dezembro, foram fabricados 177.758 modelos, uma queda de 19,4% em relação a novembro, mas um crescimento de 9,7% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Além dos veículos leves, a produção de caminhões e ônibus também apresentou resultados positivos. No total, 169.001 unidades foram fabricadas ao longo do ano, um aumento de 39,54% em relação a 2023. Em dezembro, foram produzidas 12.373 unidades, uma queda de 20,75% em relação a novembro, mas um aumento de 29,97% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

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As exportações, que por muitos anos enfrentaram dificuldades, fecharam 2023 praticamente estáveis, com uma leve queda de 1,3% no acumulado do ano. Em dezembro, 31.354 unidades foram enviadas para outros mercados, uma queda de 20,3% em relação a novembro, mas um crescimento de 22,1% em comparação ao mesmo mês de 2023.

Apesar da recuperação na produção, a Anfavea alertou que a indústria ainda não alcançou os volumes anteriores à pandemia. Para 2025, as previsões apontam para uma produção de 2,75 milhões de veículos, um crescimento de 7,8% que ainda está abaixo das 2,94 milhões de unidades fabricadas em 2019, ano que antecedeu a crise sanitária.

Durante a apresentação dos resultados do setor, a Anfavea enfatizou a necessidade de enfrentar a concorrência externa, que tem impactado a produção local. O presidente Mário de Lima Leite ressaltou a urgência de uma política de proteção ao mercado interno e a importância de um programa de renovação de frotas, além da revisão das tarifas sobre as importações de veículos eletrificados.

Leite também destacou a importância de uma resposta rápida do Brasil em relação às tarifas de importação, afirmando: “É urgente, uma questão de responsabilidade conosco, com o País, com os investimentos que vêm sendo feitos. O Brasil precisa fazer, tem que fazer o mesmo”.

A Argentina, que aumentou em 48% as compras de veículos brasileiros, foi um dos principais destinos das exportações, ajudando a minimizar a queda nas exportações totais da indústria automotiva, que foi de apenas 1,3% em 2023.

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