Levantamento revela que difamação e privacidade foram os principais motivos das solicitações; Brasil ocupa a sexta posição global.
17 de Janeiro de 2025 às 10h52

Brasil registra 6.511 pedidos de remoção de conteúdo ao Google entre 2020 e 2024

Levantamento revela que difamação e privacidade foram os principais motivos das solicitações; Brasil ocupa a sexta posição global.

O governo brasileiro enviou um total de 6.511 pedidos de remoção de conteúdo ao Google entre janeiro de 2020 e dezembro de 2024, conforme dados divulgados pela empresa de segurança digital Surfshark. Este número coloca o Brasil na sexta posição entre os países que mais requisitaram exclusões durante esse período.

Os principais motivos alegados pelas autoridades para essas solicitações incluem difamação, com 1.960 pedidos, privacidade e segurança, com 1.324, e direito eleitoral, que contabilizou 774 solicitações. Além disso, a Justiça brasileira requisitou a remoção de 263 postagens consideradas fraudulentas e 227 publicações de conteúdo adulto. Outros 53 pedidos foram feitos sem especificação de motivo.

O ano de 2022 registrou o maior número de solicitações, com um total de 2.488, coincidente com a acirrada disputa eleitoral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor Jair Bolsonaro (PL). Este aumento nas solicitações reflete as tensões políticas e a preocupação com a disseminação de informações consideradas prejudiciais durante o período eleitoral.

O YouTube se destacou como a plataforma mais visada, recebendo 3.444 pedidos de remoção. Em seguida, a ferramenta de buscas do Google contabilizou 1.560 solicitações, enquanto o Blogger, plataforma de criação de sites e blogs, teve 377 pedidos.

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No cenário global, foram registrados 329.170 pedidos de remoção de conteúdo ao Google, provenientes de 147 países, incluindo Estados Unidos, França, Reino Unido e Israel. A Rússia lidera esse ranking, com 211.132 solicitações, seguida pela Coreia do Sul, com 32.659, e pela Índia, com 15.554.

O Brasil, com suas 6.511 solicitações, figura atrás de Taiwan, que registrou 13.300 pedidos, e da Turquia, com 9.801. Essa posição no ranking global evidencia o crescente interesse das autoridades brasileiras em regular o conteúdo disponível nas plataformas digitais.

O aumento nas solicitações de remoção de conteúdo a partir de 2021 também foi notável, com um crescimento de 54,2% em relação ao total de pedidos globais. Esse fenômeno levanta discussões sobre a liberdade de expressão e os limites da censura na internet, especialmente em um contexto onde as redes sociais desempenham um papel crucial na disseminação de informações.

As informações coletadas no levantamento realizado pela Surfshark ressaltam a importância de um debate mais amplo sobre a regulamentação do conteúdo digital e os direitos dos cidadãos em um ambiente cada vez mais digitalizado. A análise dos dados pode contribuir para a formulação de políticas públicas mais eficazes e transparentes no que diz respeito à remoção de conteúdo na internet.

Os dados apresentados por Surfshark são uma ferramenta valiosa para compreender as dinâmicas de controle e censura no ambiente digital, especialmente em um país como o Brasil, onde a liberdade de expressão e a proteção da privacidade são temas frequentemente debatidos.

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