Moeda americana encerra em seu menor valor desde janeiro, com expectativa de volatilidade após posse de Trump.
14 de Janeiro de 2025 às 17h53

Dólar fecha a R$ 6,04 e acumula desvalorização de 2,47% em 15 dias

Moeda americana encerra em seu menor valor desde janeiro, com expectativa de volatilidade após posse de Trump.

O dólar encerrou o pregão desta terça-feira, 14 de janeiro, cotado a R$ 6,04, marcando uma desvalorização de 0,85% e o menor valor desde 9 de janeiro, quando a moeda foi negociada a R$ 6,03. Nos últimos 15 dias, a moeda americana acumula uma queda de 2,47%, refletindo um cenário de incertezas econômicas e políticas.

A recente desvalorização do dólar é atribuída à expectativa de que o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implemente aumentos graduais nas tarifas comerciais, o que poderia ajudar a mitigar os impactos da inflação no país. Trump, que tomará posse na próxima segunda-feira, 20, pode gerar oscilações significativas no mercado cambial, dependendo de seu discurso de posse e das primeiras ações de seu governo.

Além disso, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos EUA, que registrou uma alta de 0,2% em dezembro, também influenciou a queda do dólar. O resultado ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,4%. Essa informação trouxe um alívio temporário às preocupações inflacionárias, que haviam sido reacendidas por um relatório de emprego divulgado na semana anterior.

O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, continua a monitorar a inflação de perto. Em sua última ata, o Fed sinalizou a necessidade de cautela, mencionando as políticas de Trump como um fator que pode pressionar os preços. A combinação desses fatores contribuiu para a queda do dólar em relação ao real.

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O desempenho do mercado financeiro brasileiro também foi impactado. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do Brasil, fechou em leve alta, aos 119.451,01 pontos, em um dia marcado por uma agenda econômica esvaziada. O cenário externo e as commodities foram os principais direcionadores das negociações na bolsa.

Alexandre Nishimura, economista da Nomos, comentou sobre o desempenho das ações: “Enquanto a Vale acompanhou a alta do minério de ferro, os papéis da Petrobras refletiram as perdas do petróleo e as incertezas que cercam a estatal, que enfrenta disparidades nos preços dos combustíveis em relação ao exterior”.

No âmbito doméstico, a desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é considerada ruim ou péssima por 44% dos brasileiros, e as incertezas fiscais continuam a pressionar o desempenho da bolsa.

O cenário atual sugere que a volatilidade pode persistir nos próximos dias, especialmente com a posse de Trump se aproximando e as expectativas em relação à política econômica dos EUA se intensificando. A atenção dos investidores se volta agora para os dados de inflação ao consumidor que serão divulgados nesta quarta-feira, 15, que podem influenciar as decisões do Federal Reserve sobre a política monetária.

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