Governo federal prorroga atuação da Força Nacional em Rondônia por 180 dias
Medida visa reforçar a segurança na Penitenciária Federal e conter ataques criminosos na região.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) anunciou, nesta terça-feira (14), a prorrogação da atuação da Força Nacional em Porto Velho, capital de Rondônia, por mais 180 dias. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e tem como objetivo fortalecer as operações de segurança na Penitenciária Federal do estado, além de auxiliar no combate aos recentes ataques a ônibus na região.
A Portaria MJSP nº 850 detalha que a presença da Força Nacional na cidade se destina a manter a equipe em estado de alerta para intervenções necessárias na penitenciária, que enfrenta desafios relacionados à segurança. A coordenação dos treinamentos e operações ficará a cargo da Secretaria Nacional de Políticas Penais.
Embora o número exato de agentes a ser mobilizado não tenha sido divulgado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enfatizou que a permanência dos agentes é crucial para a segurança pública local. “A presença da Força Nacional é uma resposta necessária diante da situação de segurança que enfrentamos”, afirmou Lewandowski.
Nos últimos dias, Porto Velho tem sido alvo de uma série de ataques orquestrados a ônibus, o que gerou preocupação entre a população. Motoristas e cobradores decidiram suspender o transporte público na cidade, temendo pela integridade física dos trabalhadores e usuários. O prefeito Léo Moraes solicitou ao governo estadual um reforço na segurança pública para garantir a ordem e a continuidade do serviço de transporte.
Os ataques, atribuídos a facções criminosas, resultaram na destruição de pelo menos três ônibus em Porto Velho e um ônibus e um caminhão em Mirante da Serra, município localizado a cerca de 390 quilômetros da capital. O prefeito, em ofício enviado ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual da Segurança, Defesa e Cidadania, Felipe Bernardo Vital, destacou a “recente onda de ataques” como uma grave ameaça à segurança pública.
As autoridades locais acreditam que os ataques são uma retaliação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, que visa desmantelar organizações criminosas em áreas dominadas por elas. Essa operação, que começou no final de 2024, já resultou na recuperação de cerca de 70 apartamentos invadidos por bandidos, além da apreensão de drogas e armas.
O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Ewerson Pontes, ressaltou que as facções criminosas obtêm lucro não apenas com a venda de drogas, mas também com roubos e aluguéis de imóveis invadidos. “A situação exige uma resposta firme das autoridades para restabelecer a ordem e a segurança na região”, afirmou Pontes.
Na última semana, a violência se intensificou com o assassinato do cabo Fábio Martins, do Batalhão de Polícia Ambiental, o que levou a Polícia Militar a mobilizar mais de 200 policiais em uma resposta rápida ao crime. A segunda fase da Operação Aliança Pela Vida foi deflagrada imediatamente após o ocorrido, visando aumentar a segurança nas áreas afetadas.
Com a prorrogação da atuação da Força Nacional, espera-se que as operações de segurança em Rondônia sejam fortalecidas, contribuindo para a contenção da violência e a proteção da população local.
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