Intoxicação por álcool adulterado resulta em 23 mortes em Istambul, Turquia
Mais de 30 pessoas estão em estado grave após consumirem bebida contaminada. Autoridades agem contra o comércio ilegal.
Nas últimas 48 horas, a cidade de Istambul, na Turquia, registrou a morte de 23 pessoas devido à ingestão de álcool adulterado, enquanto mais de 30 indivíduos permanecem sob cuidados intensivos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelas autoridades locais.
Inicialmente, o balanço indicava 19 óbitos desde a última segunda-feira, 13 de novembro, todos relacionados ao consumo de álcool contaminado com metanol, um tipo de álcool industrial que é altamente tóxico e diferente do etanol, que é seguro para consumo.
A intoxicação por álcool adulterado é uma ocorrência frequente na Turquia, especialmente em decorrência do aumento da produção clandestina, que se intensificou após o governo elevar os impostos sobre bebidas alcoólicas. No ano passado, 48 pessoas perderam a vida em Istambul devido a intoxicações semelhantes.
Em resposta à crise, o governador de Istambul anunciou a revogação das licenças de 63 estabelecimentos que estavam envolvidos na venda de álcool contrabandeado. Essa medida visa combater o comércio ilegal que, segundo os proprietários de lojas especializadas, é um reflexo das altas taxas impostas pelo governo.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, conhecido por suas críticas ao consumo de álcool e tabaco, tem sido alvo de acusações de que suas políticas contribuem para o aumento das mortes relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Erdogan, que é um muçulmano praticante, frequentemente expressa sua oposição ao consumo de álcool.
As autoridades de saúde alertam sobre os perigos do metanol, que pode causar sintomas graves, como confusão mental, vômitos e convulsões. A intoxicação por metanol pode levar a danos permanentes e até à morte, se não tratada rapidamente.
O governo turco enfrenta um dilema, pois a repressão ao comércio de álcool contrabandeado pode não ser suficiente para conter a produção clandestina, que se tornou uma alternativa para muitos consumidores, especialmente aqueles que buscam preços mais baixos.
Além das medidas imediatas, especialistas em saúde pública sugerem que é necessário um debate mais amplo sobre as políticas de controle de álcool no país, considerando os impactos sociais e de saúde pública que as restrições podem causar.
A situação atual em Istambul destaca a necessidade urgente de ações efetivas para proteger a população e garantir que os consumidores tenham acesso a bebidas alcoólicas seguras e regulamentadas.
As autoridades continuam a investigar as circunstâncias que levaram a essa tragédia e prometem intensificar a fiscalização sobre a venda de álcool na cidade.
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