Mais de 30 pessoas estão em estado grave após consumirem bebida contaminada. Autoridades agem contra o comércio ilegal.
16 de Janeiro de 2025 às 08h15

Intoxicação por álcool adulterado resulta em 23 mortes em Istambul, Turquia

Mais de 30 pessoas estão em estado grave após consumirem bebida contaminada. Autoridades agem contra o comércio ilegal.

Nas últimas 48 horas, a cidade de Istambul, na Turquia, registrou a morte de 23 pessoas devido à ingestão de álcool adulterado, enquanto mais de 30 indivíduos permanecem sob cuidados intensivos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelas autoridades locais.

Inicialmente, o balanço indicava 19 óbitos desde a última segunda-feira, 13 de novembro, todos relacionados ao consumo de álcool contaminado com metanol, um tipo de álcool industrial que é altamente tóxico e diferente do etanol, que é seguro para consumo.

A intoxicação por álcool adulterado é uma ocorrência frequente na Turquia, especialmente em decorrência do aumento da produção clandestina, que se intensificou após o governo elevar os impostos sobre bebidas alcoólicas. No ano passado, 48 pessoas perderam a vida em Istambul devido a intoxicações semelhantes.

Em resposta à crise, o governador de Istambul anunciou a revogação das licenças de 63 estabelecimentos que estavam envolvidos na venda de álcool contrabandeado. Essa medida visa combater o comércio ilegal que, segundo os proprietários de lojas especializadas, é um reflexo das altas taxas impostas pelo governo.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, conhecido por suas críticas ao consumo de álcool e tabaco, tem sido alvo de acusações de que suas políticas contribuem para o aumento das mortes relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Erdogan, que é um muçulmano praticante, frequentemente expressa sua oposição ao consumo de álcool.

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As autoridades de saúde alertam sobre os perigos do metanol, que pode causar sintomas graves, como confusão mental, vômitos e convulsões. A intoxicação por metanol pode levar a danos permanentes e até à morte, se não tratada rapidamente.

O governo turco enfrenta um dilema, pois a repressão ao comércio de álcool contrabandeado pode não ser suficiente para conter a produção clandestina, que se tornou uma alternativa para muitos consumidores, especialmente aqueles que buscam preços mais baixos.

Além das medidas imediatas, especialistas em saúde pública sugerem que é necessário um debate mais amplo sobre as políticas de controle de álcool no país, considerando os impactos sociais e de saúde pública que as restrições podem causar.

A situação atual em Istambul destaca a necessidade urgente de ações efetivas para proteger a população e garantir que os consumidores tenham acesso a bebidas alcoólicas seguras e regulamentadas.

As autoridades continuam a investigar as circunstâncias que levaram a essa tragédia e prometem intensificar a fiscalização sobre a venda de álcool na cidade.

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