O New Glenn, desenvolvido pela empresa de Jeff Bezos, alcançou a órbita terrestre em sua missão inaugural, apesar da falha no pouso do propulsor.
16 de Janeiro de 2025 às 11h13

Blue Origin realiza com sucesso o primeiro voo do foguete New Glenn ao espaço

O New Glenn, desenvolvido pela empresa de Jeff Bezos, alcançou a órbita terrestre em sua missão inaugural, apesar da falha no pouso do propulsor.

A Blue Origin, empresa espacial fundada pelo bilionário Jeff Bezos, alcançou um marco significativo em sua trajetória ao realizar o primeiro voo do foguete New Glenn, que ocorreu na madrugada desta quinta-feira (16), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida. O foguete, com impressionantes 98 metros de altura, foi projetado para lançar satélites em órbita, desafiando a liderança da SpaceX no mercado de lançamentos comerciais.

O New Glenn decolou às 4h03, horário de Brasília, e, em poucos minutos, a parte inferior do foguete se separou com sucesso do estágio superior, que continuou sua trajetória rumo ao espaço. Aproximadamente 13 minutos após a decolagem, a missão foi oficialmente considerada um sucesso, com a confirmação de que o New Glenn havia alcançado a órbita terrestre, gerando aplausos no centro de controle da missão.

Embora a missão tenha sido um sucesso em termos de alcançar a órbita, a Blue Origin enfrentou um revés ao tentar pousar o propulsor de primeiro estágio em uma plataforma marítima no Oceano Atlântico. A parte do foguete foi destruída durante a manobra de pouso, que é uma tentativa de replicar a técnica de recuperação de foguetes utilizada pela SpaceX. A empresa de Elon Musk, que já realiza pousos de seus foguetes com sucesso, levou anos para aperfeiçoar essa técnica.

Jeff Bezos, que estava presente no centro de controle, expressou satisfação com o resultado da missão, destacando que o objetivo principal foi alcançado. “O importante aqui é que atingimos nosso objetivo principal. Chegamos à órbita, com segurança”, afirmou Ariane Cornell, executiva da Blue Origin.

O New Glenn, nomeado em homenagem ao astronauta John Glenn, o primeiro americano a orbitar a Terra, é um foguete de carga pesada, capaz de transportar até 45 toneladas para a órbita baixa da Terra. Essa capacidade é mais do que o dobro do que o foguete Falcon 9 da SpaceX, que pode carregar cerca de 22 toneladas. Além disso, o New Glenn possui um fairing de carga útil mais amplo, permitindo acomodar objetos maiores.

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O foguete é considerado uma ferramenta versátil, com potencial para lançar uma variedade de cargas, incluindo satélites comerciais e militares, além de participar do Projeto Kuiper, a constelação de internet espacial planejada por Bezos para competir com o Starlink da SpaceX. O New Glenn também poderá transportar espaçonaves tripuladas e, possivelmente, ser utilizado em futuras estações espaciais comerciais.

Apesar dos desafios enfrentados, a Blue Origin planeja realizar de seis a oito voos do New Glenn em 2025, com a expectativa de que a primeira missão ocorra na primavera dos EUA. A empresa, que investiu mais de 1 bilhão de dólares na modernização do Complexo 36, está se posicionando como um competidor sério no setor espacial, que está em rápida evolução.

O sucesso do New Glenn representa um passo importante para a Blue Origin, que busca não apenas competir com a SpaceX, mas também expandir suas operações no mercado de lançamentos. A missão de quinta-feira é uma das etapas necessárias para que a empresa obtenha a certificação do Departamento de Defesa dos EUA para lançar satélites sensíveis à segurança nacional.

Com o New Glenn, a Blue Origin reafirma seu compromisso com a exploração espacial e se estabelece como um ator relevante em uma nova era de inovações tecnológicas. O foguete se junta a uma lista de grandes veículos que estrearam recentemente, como o Vulcan da United Launch Alliance e o Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA, que também visa enviar astronautas à Lua.

O desenvolvimento do New Glenn, que começou em 2016, enfrentou vários atrasos, mas agora a Blue Origin parece estar no caminho certo para se tornar um dos principais players do setor de lançamentos espaciais, ao lado de empresas como a SpaceX. A missão inaugural é apenas o começo de um futuro promissor para a empresa e para a exploração espacial.

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