Tarcísio de Freitas repudia 'bico para bandido' após prisão de PM por execução em Guarulhos
Governador de São Paulo afirma que não tolerará desvios de conduta entre policiais após assassinato de delator do PCC.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou sua indignação nesta quinta-feira (16) em relação ao envolvimento de policiais militares no assassinato de Vinícius Gritzbach, um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde Gritzbach foi executado enquanto era escoltado por agentes da polícia.
Tarcísio afirmou que já suspeitava do envolvimento de policiais no caso e destacou que “o nível de destreza do atirador apontava para um policial ser o autor dos disparos”. A declaração foi feita após a prisão de 13 policiais militares, que são investigados por sua suposta participação no crime e no vazamento de informações para a facção criminosa.
“Ninguém vai tolerar malfeito, desvio de conduta, desvio de caráter, bico para bandido”, enfatizou Tarcísio. Ele garantiu que os agentes que agirem de forma irregular serão severamente punidos. “Serão presos, expulsos e levados ao judiciário. Temos uma boa instituição e não vamos tolerar os que querem manchar a Polícia Militar”, completou.
A operação, denominada Prodotes, foi deflagrada pela corregedoria da PM e resultou em 15 mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão. Até o momento, 14 pessoas foram detidas, incluindo um dos atiradores envolvidos na execução de Gritzbach.
Vinícius Gritzbach era um empresário que colaborava com o Ministério Público em um acordo de delação premiada, no qual revelou nomes de integrantes do PCC e denunciou casos de corrupção envolvendo policiais. Ele foi acusado de operar esquemas de lavagem de dinheiro para a organização criminosa.
O assassinato de Gritzbach ocorreu em 8 de novembro, quando ele foi abordado por dois homens armados na área de desembarque do aeroporto. O crime, que aconteceu à luz do dia, envolveu disparos de pelo menos dez tiros, e os criminosos conseguiram fugir sem serem identificados.
As investigações continuam para apurar o envolvimento de outros agentes e descobrir como informações confidenciais chegaram à facção criminosa.
O caso levanta preocupações sobre a integridade das forças de segurança e a necessidade de medidas rigorosas para prevenir a corrupção dentro da polícia. Tarcísio de Freitas, em suas declarações, reafirmou seu compromisso em garantir a transparência e a ética nas instituições de segurança pública.
Enquanto isso, a sociedade aguarda por respostas e justiça em relação ao assassinato de Gritzbach, que expôs a fragilidade do sistema de segurança e a influência do crime organizado nas instituições.
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