Tenente da Polícia Militar é preso por suspeita de envolvimento na execução de delator do PCC
Fernando Genauro da Silva, de 33 anos, é investigado por dirigir o veículo usado na morte de Antônio Vinícius Gritzbach em Guarulhos.
A Polícia Civil prendeu, neste sábado (18), um tenente da Polícia Militar suspeito de ser o motorista do carro utilizado na execução de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu em novembro do ano passado, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
O tenente Fernando Genauro da Silva, de 33 anos, foi detido no Jardim Umuarama, em Osasco, e encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele será ouvido e, posteriormente, transferido para o Presídio Militar Romão Gomes. A prisão foi realizada em cumprimento a um mandado de prisão temporária.
Gritzbach foi assassinado no dia 8 de novembro de 2023, logo após desembarcar no Terminal 2 do aeroporto. Ele estava sob escolta de seguranças particulares quando foi abordado por dois homens armados com fuzis, que dispararam contra ele, causando pânico entre os passageiros. O atentado resultou na morte do empresário e também deixou um motorista de aplicativo e outras pessoas feridas.
Após o crime, os atiradores fugiram em um veículo VW Gol preto, que foi abandonado nas proximidades do aeroporto. Dentro do carro, foram encontradas munições de fuzil e um colete à prova de balas. A investigação aponta que Gritzbach foi alvo de uma execução a mando do PCC, organização criminosa da qual ele havia se tornado delator.
Além do tenente Silva, a operação policial resultou na prisão de 17 pessoas ligadas ao caso, incluindo 15 policiais militares. A Corregedoria da PM está acompanhando as investigações, que buscam identificar se há uma rede de corrupção dentro da corporação.
Os quatro policiais que estavam na escolta de Gritzbach no dia do crime também foram afastados de suas funções e tiveram seus celulares apreendidos para investigação. A Polícia Federal e a Polícia Civil trabalham em conjunto para esclarecer todos os detalhes do caso e punir os responsáveis.
Gritzbach, antes de ser assassinado, havia firmado um acordo de delação premiada, revelando informações sobre a organização criminosa e suas operações. O empresário tinha um histórico de conflitos com membros do PCC, que o consideravam uma ameaça após suas denúncias.
O caso levanta preocupações sobre a relação entre a Polícia Militar e o crime organizado, especialmente em um contexto onde a corrupção e a falta de transparência podem comprometer a segurança pública. A investigação continua em andamento, com a expectativa de que mais detalhes sobre a execução e os envolvidos sejam revelados nos próximos dias.
As autoridades reiteram que não tolerarão desvios de conduta dentro das forças de segurança e que todos os envolvidos no crime serão responsabilizados.
Veja também: