Operação busca prender policiais militares envolvidos na morte de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital.
16 de Janeiro de 2025 às 09h05

Corregedoria da PM investiga execução de delator do PCC em aeroporto de SP

Operação busca prender policiais militares envolvidos na morte de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital.

A Corregedoria da Policia Militar do Estado de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira (16) uma operação para prender policiais militares suspeitos de envolvimento na execução do empresário Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação ocorre após a conclusão de investigações que apontam um cabo da PM como autor dos disparos que resultaram na morte de Gritzbach, ocorrida em 8 de novembro do ano passado, na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Gritzbach, que atuava no setor imobiliário, havia colaborado com o Ministério Público de São Paulo, revelando nomes de pessoas ligadas ao PCC e denunciando policiais por corrupção e lavagem de dinheiro. Sua delação foi considerada um marco nas investigações sobre a relação entre agentes da lei e organizações criminosas.

A operação, denominada Prodotes, visa cumprir 15 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão em endereços na capital paulista e na Grande São Paulo. Entre os alvos estão dois tenentes e 13 praças da corporação, que são investigados por supostas ligações com a facção criminosa.

A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima recebida em março de 2023, que indicava vazamentos de informações sigilosas por parte de policiais, favorecendo membros do PCC e evitando prisões. A apuração evoluiu para um Inquérito Policial Militar instaurado em outubro de 2023, que se concentrou em policiais tanto da ativa quanto da reserva.

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Segundo a Corregedoria, os vazamentos de informações estratégicas eram realizados por policiais, incluindo aqueles que ainda estão em serviço. O empresário Gritzbach, que utilizava policiais militares em sua escolta particular, é apontado como um dos beneficiados por essa rede de corrupção.

As câmeras de segurança do aeroporto registraram o momento da execução, que foi realizada por dois homens encapuzados e armados com fuzis. Durante o ataque, um motorista de aplicativo que estava no local também foi atingido e faleceu. A gravidade do incidente gerou uma força-tarefa do governo de São Paulo, que resultou na prisão de dois suspeitos dias após o crime.

A operação da Corregedoria representa um esforço significativo para combater a corrupção dentro das forças policiais e desmantelar a relação entre agentes da lei e o crime organizado. A expectativa é que as prisões e investigações ajudem a esclarecer a extensão da infiltração do PCC nas instituições de segurança pública.

O caso de Vinícius Gritzbach destaca a complexidade da luta contra o crime organizado no Brasil, onde a corrupção e a conivência de agentes públicos com facções criminosas são desafios persistentes. A Corregedoria da PM espera que a operação atual possa trazer à tona mais informações sobre a rede de corrupção e os vínculos entre policiais e o PCC.

As autoridades continuam a investigar as circunstâncias que levaram à execução de Gritzbach e a relação dos policiais militares com a facção criminosa, buscando garantir que os responsáveis sejam responsabilizados e que a confiança da população nas instituições de segurança pública seja restaurada.

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