Corregedoria da PM investiga execução de delator do PCC em aeroporto de SP
Operação busca prender policiais militares envolvidos na morte de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital.
A Corregedoria da Policia Militar do Estado de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira (16) uma operação para prender policiais militares suspeitos de envolvimento na execução do empresário Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação ocorre após a conclusão de investigações que apontam um cabo da PM como autor dos disparos que resultaram na morte de Gritzbach, ocorrida em 8 de novembro do ano passado, na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Gritzbach, que atuava no setor imobiliário, havia colaborado com o Ministério Público de São Paulo, revelando nomes de pessoas ligadas ao PCC e denunciando policiais por corrupção e lavagem de dinheiro. Sua delação foi considerada um marco nas investigações sobre a relação entre agentes da lei e organizações criminosas.
A operação, denominada Prodotes, visa cumprir 15 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão em endereços na capital paulista e na Grande São Paulo. Entre os alvos estão dois tenentes e 13 praças da corporação, que são investigados por supostas ligações com a facção criminosa.
A investigação teve início a partir de uma denúncia anônima recebida em março de 2023, que indicava vazamentos de informações sigilosas por parte de policiais, favorecendo membros do PCC e evitando prisões. A apuração evoluiu para um Inquérito Policial Militar instaurado em outubro de 2023, que se concentrou em policiais tanto da ativa quanto da reserva.
Segundo a Corregedoria, os vazamentos de informações estratégicas eram realizados por policiais, incluindo aqueles que ainda estão em serviço. O empresário Gritzbach, que utilizava policiais militares em sua escolta particular, é apontado como um dos beneficiados por essa rede de corrupção.
As câmeras de segurança do aeroporto registraram o momento da execução, que foi realizada por dois homens encapuzados e armados com fuzis. Durante o ataque, um motorista de aplicativo que estava no local também foi atingido e faleceu. A gravidade do incidente gerou uma força-tarefa do governo de São Paulo, que resultou na prisão de dois suspeitos dias após o crime.
A operação da Corregedoria representa um esforço significativo para combater a corrupção dentro das forças policiais e desmantelar a relação entre agentes da lei e o crime organizado. A expectativa é que as prisões e investigações ajudem a esclarecer a extensão da infiltração do PCC nas instituições de segurança pública.
O caso de Vinícius Gritzbach destaca a complexidade da luta contra o crime organizado no Brasil, onde a corrupção e a conivência de agentes públicos com facções criminosas são desafios persistentes. A Corregedoria da PM espera que a operação atual possa trazer à tona mais informações sobre a rede de corrupção e os vínculos entre policiais e o PCC.
As autoridades continuam a investigar as circunstâncias que levaram à execução de Gritzbach e a relação dos policiais militares com a facção criminosa, buscando garantir que os responsáveis sejam responsabilizados e que a confiança da população nas instituições de segurança pública seja restaurada.
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