A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação para capturar policiais envolvidos na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC.
16 de Janeiro de 2025 às 10h01

Corregedoria da PM realiza operação para prender policiais suspeitos de homicídio de delator

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação para capturar policiais envolvidos na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC.

A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação visando a prisão de policiais suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação também investiga a participação de agentes na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, que era delator em uma investigação sobre lavagem de dinheiro da organização criminosa.

De acordo com a Polícia Militar, “entre os investigados está um policial militar identificado como autor dos disparos que mataram Gritzbach”. As investigações indicam que as ações desses policiais caracterizavam a integração deles à organização criminosa, conforme estipulado na Lei Federal nº 12.850/13.

A operação resultou na expedição de 15 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão em endereços localizados na capital e na Grande São Paulo. A Corregedoria iniciou a operação após receber uma denúncia anônima em março de 2024, que apontava possíveis vazamentos de informações sigilosas que beneficiavam criminosos ligados ao PCC.

A investigação inicial, conduzida pela corregedoria, evoluiu para um inquérito da Polícia Militar instaurado em outubro de 2024. “Apurou-se que informações estratégicas vazadas por policiais militares, incluindo aqueles da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação, permitiam que membros da organização criminosa evitassem prisões e prejuízos financeiros”, informou a PM.

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Entre os principais beneficiados pelo esquema estavam líderes e integrantes do PCC, alguns já falecidos e outros procurados, como Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, apelidado de “Cebola”.

Além disso, foi descoberto que policiais prestavam escolta a criminosos, como no caso de Gritzbach, que tinha envolvimento com lavagem de dinheiro e duplo homicídio. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo declarou que os militares que prestavam serviço ao delator estavam cientes dos crimes e também integravam a quadrilha.

A operação, denominada Prodotes, conta com a colaboração da Força-Tarefa instituída pela secretaria, que busca identificar outros envolvidos e eventuais mandantes do crime. Na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Rede Globo, o secretário da SSP, Guilherme Derrite, afirmou que a operação demonstra que a corporação não tolera desvios de conduta. “Nada vai ficar sem a devida resposta. A operação de hoje mostra que a Polícia Militar não admite desvios de conduta. Estamos atacando o crime organizado em diferentes frentes”, destacou.

Gritzbach, que foi assassinado em 8 de novembro de 2024, era um empresário ameaçado de morte pelo PCC e havia assinado um acordo de delação premiada com o Ministério Público, no qual delatou a participação de policiais em esquemas de corrupção. A prisão dos policiais suspeitos é um passo significativo no combate à corrupção dentro da corporação e à relação com o crime organizado.

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