Corregedoria da PM realiza operação para prender policiais suspeitos de homicídio de delator
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação para capturar policiais envolvidos na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC.
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 16, uma operação visando a prisão de policiais suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação também investiga a participação de agentes na morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, que era delator em uma investigação sobre lavagem de dinheiro da organização criminosa.
De acordo com a Polícia Militar, “entre os investigados está um policial militar identificado como autor dos disparos que mataram Gritzbach”. As investigações indicam que as ações desses policiais caracterizavam a integração deles à organização criminosa, conforme estipulado na Lei Federal nº 12.850/13.
A operação resultou na expedição de 15 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão em endereços localizados na capital e na Grande São Paulo. A Corregedoria iniciou a operação após receber uma denúncia anônima em março de 2024, que apontava possíveis vazamentos de informações sigilosas que beneficiavam criminosos ligados ao PCC.
A investigação inicial, conduzida pela corregedoria, evoluiu para um inquérito da Polícia Militar instaurado em outubro de 2024. “Apurou-se que informações estratégicas vazadas por policiais militares, incluindo aqueles da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação, permitiam que membros da organização criminosa evitassem prisões e prejuízos financeiros”, informou a PM.
Entre os principais beneficiados pelo esquema estavam líderes e integrantes do PCC, alguns já falecidos e outros procurados, como Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, apelidado de “Cebola”.
Além disso, foi descoberto que policiais prestavam escolta a criminosos, como no caso de Gritzbach, que tinha envolvimento com lavagem de dinheiro e duplo homicídio. A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo declarou que os militares que prestavam serviço ao delator estavam cientes dos crimes e também integravam a quadrilha.
A operação, denominada Prodotes, conta com a colaboração da Força-Tarefa instituída pela secretaria, que busca identificar outros envolvidos e eventuais mandantes do crime. Na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Rede Globo, o secretário da SSP, Guilherme Derrite, afirmou que a operação demonstra que a corporação não tolera desvios de conduta. “Nada vai ficar sem a devida resposta. A operação de hoje mostra que a Polícia Militar não admite desvios de conduta. Estamos atacando o crime organizado em diferentes frentes”, destacou.
Gritzbach, que foi assassinado em 8 de novembro de 2024, era um empresário ameaçado de morte pelo PCC e havia assinado um acordo de delação premiada com o Ministério Público, no qual delatou a participação de policiais em esquemas de corrupção. A prisão dos policiais suspeitos é um passo significativo no combate à corrupção dentro da corporação e à relação com o crime organizado.
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