A detenção ocorreu após investigações que ligam a mulher a Kauê Amaral, foragido e suspeito de assassinato de delator do PCC.
17 de Janeiro de 2025 às 12h57

Modelo é presa em São Paulo por suposto envolvimento com olheiro do PCC

A detenção ocorreu após investigações que ligam a mulher a Kauê Amaral, foragido e suspeito de assassinato de delator do PCC.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na última quinta-feira, 16, uma mulher de 28 anos, identificada como modelo, que está sendo investigada por seu suposto vínculo com Kauê Amaral Coelho, um olheiro foragido do Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão ocorreu em uma operação que visa desmantelar as ligações do tráfico de drogas e a execução de um delator da facção criminosa, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto de Guarulhos.

A mulher foi encontrada em uma residência localizada no bairro de Itaquera, na zona leste da capital paulista. Ela foi detida temporariamente sob a acusação de tráfico de drogas, com base em informações obtidas através de quebra de sigilo telemático. As investigações indicam que ela teria mantido o celular de Kauê Coelho, que está foragido, com a intenção de dificultar as investigações policiais.

O aparelho foi apreendido durante a operação, e a polícia está trabalhando para recuperar as informações contidas no dispositivo. A defesa da mulher não foi localizada para comentar sobre as acusações. Em depoimento, ela negou qualquer envolvimento com o crime e com Kauê, que é apontado como um dos responsáveis pela execução do delator.

A diretora do Departamento Estadual de Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, afirmou que a modelo não teria ligação direta com a execução, mas que sua prisão está relacionada ao tráfico de drogas. Segundo Ivalda, a mulher era uma das traficantes que atuavam na venda e entrega das drogas que Kauê mantinha em seu apartamento. “Na casa dele, encontramos anotações que indicavam que ela participava da venda de drogas”, declarou a delegada em coletiva de imprensa.

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No Instagram, a mulher possui cerca de dez mil seguidores e se apresenta como modelo, bacharel em Direito e empreendedora. Ela costuma compartilhar dicas sobre e-commerce e fotos em que exibe roupas de marcas do Brás, um importante polo de comércio têxtil em São Paulo, além de registrar suas viagens pelo Brasil e participações em festivais de música. Até o momento, não há registros de postagens que mencionem qualquer relacionamento amoroso.

As investigações revelaram que, após o assassinato de Gritzbach, Kauê teria ido diretamente à casa da modelo. A Polícia Civil confirmou que um policial militar foi responsável pelos disparos que resultaram na morte do delator, acreditando que ele agiu a mando de integrantes do PCC.

Ivalda Aleixo também informou que Kauê teria “resetado” seu celular pessoal e deixado com a modelo para confundir as investigações. “Ela afirma que nem imaginava o que poderia ter acontecido e que só soube do caso quando o viu na televisão”, disse a delegada sobre o depoimento da mulher após sua prisão.

Além da modelo, outros dois homens foram detidos na operação, suspeitos de terem ajudado Kauê em sua fuga. A polícia ainda busca localizar o foragido e outros envolvidos no caso, com mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas.

As investigações continuam, e a polícia está empenhada em identificar todos os envolvidos no crime e em desmantelar as redes de tráfico que operam na região.

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