Corregedoria da PM prende segundo policial suspeito de executar delator do PCC
Investigação sobre o assassinato de Vinícius Gritzbach resulta em 26 detenções até o momento.
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu, na última terça-feira (21), um policial militar suspeito de ser um dos atiradores responsáveis pela execução de Vinícius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu no dia 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde Gritzbach foi alvejado a tiros.
Com a nova prisão, o número total de detidos relacionados ao caso chega a 26, incluindo 17 policiais militares e cinco civis. As investigações revelam um envolvimento significativo de agentes de segurança com a facção criminosa, o que levanta preocupações sobre a integridade das instituições policiais.
A identidade do policial preso na terça-feira não foi divulgada, mas ele é apontado como um dos executores do crime. Na semana anterior, outro policial militar, identificado como o primeiro atirador, foi detido em uma operação que resultou na prisão de 15 PMs. Entre os detidos, estavam dois tenentes da corporação.
As investigações estão sendo conduzidas por uma força-tarefa que inclui o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as corregedorias das polícias Civil e Militar. O foco das apurações é esclarecer não apenas a execução de Gritzbach, mas também a possível ligação de policiais com o crime organizado.
As suspeitas sobre a atuação de policiais militares e civis em conluio com o PCC começaram a emergir em abril do ano passado, após uma denúncia anônima que indicava o vazamento de informações sigilosas para a facção criminosa. Um inquérito interno foi instaurado em outubro de 2024, um mês antes do assassinato.
Na sequência do crime, a Corregedoria da PM prendeu, em operações subsequentes, outros envolvidos, incluindo o tenente Fernando Genauro da Silva, que foi identificado como o motorista do veículo utilizado na execução. O carro, um Volkswagen Gol, foi encontrado abandonado em uma favela de Guarulhos, contendo munições de fuzil e um colete balístico.
Gritzbach, que havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público, estava sob proteção policial no momento de sua morte. Ele era réu por lavagem de dinheiro e havia rompido laços com o PCC em 2021, após colaborar com as autoridades.
O caso continua a ser investigado, com a polícia buscando identificar os mandantes do crime. A diretora do DHPP, delegada Ivalda Aleixo, afirmou que duas linhas de investigação estão em andamento, ambas apontando para membros do PCC como possíveis mandantes da execução.
O assassinato de Gritzbach, que ocorreu em plena luz do dia no terminal 2 do aeroporto, expôs a fragilidade da segurança pública e a necessidade de uma reforma nas práticas de investigação e controle dentro das forças policiais.
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