Defesa do general argumenta que conteúdo dos dispositivos já foi utilizado em relatório final da investigação
16 de Janeiro de 2025 às 14h12

Braga Netto solicita devolução de eletrônicos apreendidos na investigação do golpe

Defesa do general argumenta que conteúdo dos dispositivos já foi utilizado em relatório final da investigação

A defesa do general Walter Braga Netto protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, 15, solicitando a devolução de dispositivos eletrônicos apreendidos pela Polícia Federal (PF) durante a investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado. Os itens, que incluem celulares, computadores e pendrives, foram confiscados em quatro endereços relacionados ao ex-ministro do governo Jair Bolsonaro durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro de 2024.

Os advogados de Braga Netto argumentam que o conteúdo dos aparelhos já foi extraído e utilizado na elaboração do relatório final da investigação, que resultou no indiciamento do militar. “A manutenção dos aparelhos e mídias apreendidos não mais interessa ao processo, permitindo sua restituição”, afirmaram os defensores.

Braga Netto, que está preso preventivamente desde 14 de dezembro de 2024, é acusado de articular ações golpistas e de tentar acessar informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A PF sustenta que a liberdade do general poderia representar risco à ordem pública, dado seu potencial de interferir nas investigações.

Considerado uma figura central no planejamento do golpe que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Braga Netto teria como objetivo manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022. A defesa do general nega qualquer envolvimento dele na organização do ato criminoso.

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De acordo com a investigação, o suposto plano golpista incluía a prisão de ministros do STF, além do assassinato de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A PF alega que Braga Netto não apenas tinha conhecimento do plano, mas também financiava os agentes golpistas que executariam a operação.

A prisão preventiva de Braga Netto ocorreu em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. A PF justificou a detenção com base no risco à ordem pública, considerando o poder de influência do general e sua suposta capacidade de realizar novos atos obstrutivos.

Os itens apreendidos desempenharam um papel crucial na elucidação das articulações políticas que teriam sido conduzidas pelo ex-ministro e outros aliados de Bolsonaro. No entanto, a defesa argumenta que os dispositivos perderam relevância no decorrer do processo, uma vez que todo o conteúdo já foi analisado pelas autoridades competentes.

Até o momento, o ministro Alexandre de Moraes, que é responsável pelo caso no STF, não se manifestou sobre o pedido de devolução dos eletrônicos.

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