Apple desativa ferramenta de IA após erros em resumos de notícias
A Apple desativou sua nova ferramenta de inteligência artificial para resumos de notícias após identificar erros em informações.
A Apple anunciou a desativação temporária de uma de suas mais recentes ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, destinada a fornecer resumos de notícias. A decisão foi tomada após a empresa receber uma denúncia da emissora britânica BBC, que apontou erros significativos nos resumos gerados pela tecnologia.
O sistema, chamado "Apple Intelligence", foi introduzido pela gigante americana de tecnologia durante o inverno boreal, que corresponde ao verão no Brasil. Esse lançamento ocorreu dois anos após a OpenAI apresentar o ChatGPT, um modelo de IA que interage com usuários e produz conteúdo sob demanda.
Entre as funcionalidades do Apple Intelligence, destaca-se a capacidade de agregar e resumir notificações de aplicativos multimídia para usuários de dispositivos recentes, como o iPhone 16. Contudo, a ferramenta ficará fora do ar temporariamente, conforme informado pela empresa na última quinta-feira, com a promessa de que será reinstalada após uma atualização.
Um dos episódios que motivou a desativação ocorreu em dezembro, quando a Apple Intelligence sugeriu que a BBC News havia publicado um artigo afirmando que Luigi Mangione, um indivíduo preso após o assassinato do CEO de uma empresa de seguros de saúde nos Estados Unidos, teria cometido suicídio. O resumo gerado pela IA afirmava: “Luigi Mangione atira em si mesmo; mãe síria espera que Assad pague o preço; polícia sul-coreana revista o escritório de Yoon Suk Yeol (ex-presidente sul-coreano)”. No entanto, a BBC nunca fez tal afirmação sobre Mangione.
Importante ressaltar que o suspeito do assassinato do empresário ainda está vivo e foi preso na Pensilvânia. A reclamação da BBC levou a Apple a agir, e com a atualização mais recente, os usuários que optarem por receber resumos de notificações de outros aplicativos serão alertados de que o recurso ainda está em desenvolvimento e pode conter erros. Além disso, a fonte do texto será apresentada em itálico, diferenciando-a de outras notificações.
O Apple Intelligence foi apresentado pela primeira vez em junho e surpreendeu muitos ao fazer uma parceria com a OpenAI, integrando o ChatGPT em algumas de suas funções, apesar do histórico da Apple em priorizar a confidencialidade dos dados dos usuários.
Com essa nova ferramenta, os usuários de dispositivos recentes têm acesso a funcionalidades inovadoras, como a criação de emojis a partir de suas imagens e a melhoria do texto em mensagens. Além disso, os donos do iPhone 16 podem utilizar a câmera para interagir com a máquina, fazendo perguntas sobre o ambiente.
A corrida pela implementação de IA generativa tem se intensificado desde o sucesso do ChatGPT, com empresas como Google, Microsoft e Meta desenvolvendo modelos cada vez mais sofisticados, embora alguns apresentem falhas. Um exemplo disso ocorreu no ano passado, quando uma versão de um modelo do Google sugeriu que internautas utilizassem cola em pizzas.
A Apple, assim como outras gigantes da tecnologia, continua a explorar as possibilidades da inteligência artificial, mas os recentes erros ressaltam a necessidade de um rigoroso controle de qualidade em suas implementações.
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