Bolsonaro afirma que não acredita mais na democracia se continuar inelegível
Ex-presidente critica condenações do TSE e reafirma sua candidatura em 2026
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou em uma recente entrevista que, se continuar inelegível para as eleições de 2026, não acreditará mais na democracia. A afirmação foi feita durante sua participação no programa Os Três Poderes, da revista Veja.
Bolsonaro questionou as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornaram inelegível por oito anos devido a condenações relacionadas a abuso de poder político e econômico. Ele se referiu a uma reunião com embaixadores, na qual buscou desacreditar a confiabilidade das urnas eletrônicas, e a um discurso proferido em Brasília no Dia da Independência, em 7 de setembro de 2022.
“Inelegível por causa disso?”, indagou o ex-presidente, enfatizando que, se o impedimento para concorrer a cargos públicos for mantido, “acabou a democracia”.
O programa Os Três Poderes é apresentado pelo editor José Benedito da Silva, com comentários da repórter Marcela Mattos e dos colunistas Robson Bonin e Ricardo Rangel.
Em junho de 2023, o TSE decidiu pela inelegibilidade de Bolsonaro, afirmando que ele cometeu abuso de poder ao fazer declarações infundadas sobre o sistema eleitoral. O ex-presidente, que já enfrenta outros processos, pode ser condenado a penas que o manteriam fora da política por um longo período.
Bolsonaro também afastou a possibilidade de indicar um candidato aliado para a presidência em 2026, afirmando: “Eu sou candidato. Não consigo enxergar outro candidato, em função da minha inelegibilidade. Por isso, é uma renúncia à democracia”.
Recentemente, em uma entrevista ao The New York Times, ele negou que um de seus filhos seria lançado como candidato à presidência, destacando que “para você ser presidente aqui e fazer a coisa certa, você precisa ter uma certa experiência”.
O ex-presidente, que já está impedido de disputar cargos públicos até 2030, pode enfrentar um cenário ainda mais restritivo se for condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, que podem resultar em uma inelegibilidade prolongada até 2061, caso as penas sejam máximas.
As declarações de Bolsonaro geram um debate acirrado sobre a situação política do Brasil e as implicações de sua inelegibilidade, que afetam não apenas sua carreira, mas também o futuro da direita no país.
O ex-presidente continua a ser uma figura polarizadora, e suas afirmações sobre a democracia e sua condição política são acompanhadas de perto por analistas e simpatizantes.
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