Em seus últimos momentos como presidente, Joe Biden protege aliados e familiares de possíveis retaliações legais.
20 de Janeiro de 2025 às 15h23

Biden concede indultos preventivos a aliados e familiares em ato de clemência

Em seus últimos momentos como presidente, Joe Biden protege aliados e familiares de possíveis retaliações legais.

Na última segunda-feira (20), Joe Biden, em um gesto de clemência, concedeu indultos preventivos a um grupo de aliados e familiares, visando protegê-los de possíveis retaliações legais que poderiam ser impulsionadas por seu sucessor, Donald Trump. A decisão foi anunciada horas antes da transição de poder.

Entre os beneficiados estão o ex-presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, e o ex-diretor de estratégia de combate à covid-19, Anthony Fauci. A ex-parlamentar republicana Liz Cheney também foi incluída na lista, assim como membros do Congresso e funcionários que participaram de investigações sobre o ataque ao Capitólio, ocorrido em 6 de janeiro de 2021.

Biden, de 82 anos, justificou sua decisão afirmando que as investigações poderiam ser “injustificadas e politicamente motivadas”, causando danos irreparáveis à reputação e às finanças dos envolvidos. “Acredito no Estado de Direito e estou otimista de que a força de nossas instituições jurídicas acabará prevalecendo sobre a política. Mas essas são circunstâncias excepcionais”, declarou o presidente.

O democrata ressaltou que muitos funcionários públicos enfrentaram ameaças e intimidações por cumprirem seus deveres, e que alguns deles chegaram a ser ameaçados com processos judiciais. “Investigações infundadas e politicamente motivadas causam estragos na vida, na segurança e na solvência financeira dos investigados e de suas famílias”, acrescentou.

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Em setembro, Trump havia prometido processar aqueles que, segundo ele, “trapacearam”, caso fosse reeleito. A tensão entre o ex-presidente e seus opositores, como Milley, que o chamou de “fascista”, e Fauci, que frequentemente se opôs a Trump durante a pandemia, intensificou-se nos últimos anos.

Após a concessão dos indultos, Milley expressou sua gratidão a Biden, afirmando que não deseja passar o resto de sua vida defendendo-se de possíveis vinganças. “Minha família e eu somos profundamente gratos ao presidente por sua decisão”, declarou o general, que serviu 43 anos nas Forças Armadas.

Fauci, por sua vez, também agradeceu a Biden, mas reiterou que não cometeu nenhum crime que justificasse investigações ou processos contra ele. O médico, que se tornou alvo de críticas por parte de setores da direita, afirmou que a decisão do presidente foi um ato de proteção.

Além dos indultos a aliados, Biden também concedeu clemência a vários de seus familiares, incluindo seus irmãos James e Francis Biden, e sua irmã Valerie, que enfrentaram ataques e ameaças motivadas, segundo o presidente, por um desejo de prejudicá-lo. Em dezembro, Biden já havia perdoado seu filho Hunter, alvo frequente de críticas e investigações.

Essas ações de clemência ocorrem em um contexto de crescente polarização política nos Estados Unidos, com Biden buscando proteger aqueles que serviram em seu governo e que podem ser alvo de retaliações por parte da administração Trump.

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