Trump anuncia tarifas para UE e prevê 10% sobre produtos chineses a partir de fevereiro
Presidente dos EUA destaca desequilíbrios comerciais com a Europa e a China em declarações recentes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (21) que pretende impor tarifas sobre produtos da União Europeia (UE) e uma nova tarifa de 10% sobre importações da China, com início previsto para 1º de fevereiro. Essa decisão ocorre em meio a um contexto de tensões comerciais e preocupações com o tráfico de fentanil, uma substância opióide que tem causado uma epidemia de overdoses nos EUA.
Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump afirmou que seu governo está discutindo a implementação da tarifa sobre a China, justificando que o país asiático estaria enviando fentanil para o México e Canadá. “Estamos falando sobre uma tarifa de 10% com base no fato de que eles estão enviando fentanil para o México e o Canadá”, declarou o presidente.
O fentanil, que é frequentemente produzido com materiais provenientes da China, é considerado a principal causa das mortes por overdose nos Estados Unidos. Trump criticou a postura de Pequim em relação à produção e exportação dessa substância, afirmando que a China não tem feito o suficiente para conter o problema.
Além das tarifas sobre a China, Trump também destacou que a União Europeia e outros países têm apresentado desequilíbrios comerciais significativos com os Estados Unidos. “A União Europeia é muito, muito ruim para nós”, disse, reiterando comentários feitos em ocasiões anteriores. “Portanto, eles terão que pagar tarifas. É a única maneira de se obter justiça”, completou.
Essas declarações de Trump ocorrem logo após sua posse como presidente, quando ele já havia sinalizado a intenção de adotar uma postura mais agressiva nas negociações comerciais. Ele também mencionou que, a partir da mesma data, pretende impor tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá, reforçando sua agenda de “América Primeiro”.
Trump argumentou que a imposição de tarifas é uma ferramenta necessária para corrigir os desequilíbrios comerciais e proteger a economia americana. “Eles não aceitam nossos carros, não aceitam nossos produtos agrícolas, não aceitam quase nada. E ainda assim, nós aceitamos os carros deles e os produtos agrícolas deles”, afirmou o presidente.
O impacto dessas tarifas poderá ser significativo, não apenas para as relações comerciais entre os EUA e seus principais parceiros, mas também para a economia global como um todo. A política protecionista de Trump tem o potencial de elevar os custos de produção e provocar retaliações por parte dos países afetados, especialmente a China.
Enquanto isso, a China já se manifestou sobre as possíveis tarifas, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmando que “não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias”. Ela indicou que o país está preparado para tomar medidas de retaliação, reafirmando a disposição da China em manter a comunicação com os EUA para resolver as diferenças.
Em sua primeira semana de governo, Trump já emitiu um memorando que ordena a revisão das questões comerciais, incluindo os déficits e os mecanismos utilizados para a importação ilegal de drogas como o fentanil. Essa revisão poderá resultar em recomendações que incluem medidas tarifárias.
Durante seu primeiro mandato, Trump já havia imposto tarifas significativas sobre produtos chineses, desencadeando uma guerra comercial que afetou as economias de ambos os países. Seu sucessor, Joe Biden, manteve muitas dessas tarifas e até as aumentou em setores considerados estratégicos.