Trump suspende a entrada de refugiados nos Estados Unidos até novo aviso
Medida drástica afeta milhares de solicitantes de asilo, incluindo aqueles já aprovados, segundo documentos oficiais.
O governo do presidente Donald Trump anunciou a suspensão, até novo aviso, da entrada de refugiados nos Estados Unidos que solicitaram asilo, uma decisão que impacta milhares de pessoas ao redor do mundo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (22) por meio de documentos oficiais consultados pela agência de notícias AFP.
A medida se insere em um conjunto de ações rigorosas contra a imigração irregular, implementadas por Trump logo no início de seu segundo mandato. Um decreto presidencial assinado na segunda-feira determinou a suspensão das chegadas de refugiados a partir de 27 de janeiro, por um período mínimo de 90 dias. “Todas as viagens de refugiados aos Estados Unidos planejadas anteriormente foram canceladas”, informou um e-mail do Departamento de Estado datado de terça-feira.
O comunicado também esclarece que “não serão realizadas reservas de viagens” e que a tramitação de pedidos de asilo está suspensa. Além disso, o governo solicitou à Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, que não transfira refugiados para os centros de trânsito.
Os refugiados que já estão estabelecidos em território americano continuarão a receber os serviços previstos, e a nova política não afetará um programa especial de vistos destinado, principalmente, a afegãos que prestaram serviços aos Estados Unidos antes da retomada do poder pelos talibãs em 2021.
Fiel às promessas feitas durante sua campanha, Trump emitiu uma série de decretos em seu primeiro dia no cargo, que incluem a declaração de estado de emergência nacional na fronteira com o México e a contestação da cidadania por direito de nascimento.
“Nos últimos quatro anos, os Estados Unidos viram-se inundados com níveis recorde de imigração, inclusive através do Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos (USRAP)”, destacou Trump em seu decreto. Ele argumentou que os estados do país “não têm a capacidade de absorver grandes quantidades de migrantes, e especialmente refugiados, em suas comunidades”.
A nova medida gera preocupação entre os solicitantes de asilo, muitos dos quais já haviam adquirido passagens aéreas para os Estados Unidos. A decisão foi recebida com críticas por organizações de direitos humanos, que alertam sobre as consequências para aqueles que fogem de perseguições e conflitos em seus países de origem.
As reações à suspensão da entrada de refugiados refletem um clima de incerteza e apreensão entre as comunidades que dependem do programa de reassentamento. O impacto da decisão se estende além das fronteiras americanas, afetando também os países que acolhem refugiados em busca de uma nova vida.
Com a suspensão, muitos refugiados se veem diante de um futuro incerto, sem saber quando ou se conseguirão realizar o sonho de recomeçar suas vidas nos Estados Unidos.
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