Uso de cheques no Brasil caiu 96% desde 1995, revela Febraban
Apesar da queda, cheques ainda foram utilizados 137,6 milhões de vezes em 2024, segundo dados da Febraban.
O uso de cheques no Brasil apresentou uma queda acentuada de 96% desde 1995, conforme dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em 1995, foram compensados 3,3 bilhões de cheques, enquanto em 2024 esse número caiu para apenas 137,6 milhões de transações, evidenciando a crescente digitalização dos meios de pagamento no país.
Os dados da Febraban também indicam uma redução contínua no uso de cheques ao longo dos anos, com uma diminuição de 18,4% em 2024 em comparação ao ano anterior. O volume financeiro total dos cheques no último ano foi de R$ 523,19 bilhões, o que representa uma queda de 14,2% em relação a 2023.
Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, comentou sobre a resistência de alguns consumidores em adotar meios digitais. Ele destacou que, apesar da digitalização crescente, o cheque ainda é amplamente utilizado por diversos motivos. “São diversos fatores que fazem este documento de pagamento sobreviver: a resistência de alguns clientes em relação aos meios digitais, a utilização em comércios que não aceitam outros métodos de pagamento e a sua função como caução em transações”, afirmou Faria.
Além disso, o diretor ressaltou que o cheque é frequentemente utilizado para transações de maior valor. O valor médio dos cheques tem aumentado, sendo que em 2024, o tíquete médio foi de R$ 3.800,87, comparado a R$ 3.617,60 em 2023. Isso sugere que os consumidores ainda veem o cheque como uma opção viável para compras significativas.
O levantamento da Febraban é baseado no Serviço de Compensação de Cheques (Compe), que fornece uma visão detalhada sobre a utilização desse meio de pagamento ao longo dos anos. A queda no uso de cheques reflete a evolução das preferências dos consumidores, que estão cada vez mais inclinados a utilizar métodos de pagamento digitais, como o Pix, que se tornou uma opção popular para transações diárias.
Embora a utilização de cheques tenha diminuído drasticamente, a Febraban aponta que ainda existem segmentos da população que dependem desse método de pagamento. Em regiões onde a conectividade à internet é limitada, por exemplo, o cheque continua a ser uma alternativa viável.
O cenário atual do uso de cheques no Brasil é um reflexo das mudanças nas práticas de pagamento e da adaptação dos consumidores às novas tecnologias. A tendência de queda no uso de cheques indica uma transformação no comportamento financeiro da população, que busca maior agilidade e praticidade nas transações.
Os dados apresentados pela Febraban não apenas destacam a diminuição do uso de cheques, mas também ressaltam a importância de entender as necessidades dos consumidores em um mercado em constante evolução. A resistência ao uso de meios digitais, conforme apontado por Faria, mostra que ainda há um caminho a ser percorrido para a completa adoção de novas tecnologias financeiras no Brasil.
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