Em manifestação ao STF, a PF argumenta que os dispositivos eletrônicos são essenciais para investigações em curso.
24 de Janeiro de 2025 às 20h09

Polícia Federal se opõe à devolução de bens do general Walter Braga Netto

Em manifestação ao STF, a PF argumenta que os dispositivos eletrônicos são essenciais para investigações em curso.

A Polícia Federal (PF) manifestou-se contrária à devolução dos bens do general Walter Souza Braga Netto, que está preso desde dezembro de 2023 por suposta obstrução de Justiça e por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro havia solicitado a restituição de dispositivos eletrônicos, incluindo celular, computador e pendrives, apreendidos durante investigações relacionadas a uma trama golpista.

Em um documento enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF afirmou que “entende necessária a manutenção da custódia dos referidos bens apreendidos para fins de eventual confronto e realização de nova extração pericial”.

Os advogados de Braga Netto alegaram que os conteúdos dos dispositivos já foram extraídos e utilizados na elaboração do relatório final da investigação, que resultou no indiciamento do general. Contudo, a PF argumenta que a devolução dos bens poderia comprometer o andamento das investigações em curso, que envolvem não apenas a tentativa de golpe, mas também um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A operação que levou à prisão de Braga Netto, denominada “Operação Tempus Veritatis”, foi deflagrada em fevereiro de 2024. Desde então, o general é um dos principais alvos das investigações que apuram uma série de ações que teriam como objetivo obstruir a posse do governo eleito.

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Além do indiciamento por tentativa de golpe de Estado, Braga Netto também é acusado de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As investigações apontam que o ex-ministro teria coordenado ações clandestinas para impedir a posse de Lula, reunindo um grupo de militares em sua residência para discutir estratégias.

Os elementos probatórios obtidos pela PF indicam que Braga Netto não apenas tinha conhecimento dos planos, mas também aprovou as ações que visavam obstruir o exercício do Poder Judiciário. A investigação revelou que ele teria tentado obter informações sigilosas sobre acordos de colaboração premiada, o que reforça as acusações contra ele.

O general, que ocupa a patente mais alta do Exército, está atualmente detido na 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Sua prisão gerou repercussão significativa, dada a sua posição e o contexto político em que se insere.

A PF agora aguarda o pronunciamento da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a manifestação apresentada ao STF. A decisão sobre a devolução dos bens de Braga Netto pode impactar o andamento das investigações e as acusações que pesam sobre ele e outros envolvidos.

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