Hamas liberta quatro reféns israelenses em acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza
Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag foram entregues à Cruz Vermelha após 15 meses de cativeiro.
O grupo militante Hamas anunciou a libertação de quatro reféns israelenses na manhã deste sábado (25), como parte de um acordo de cessar-fogo em vigor na Faixa de Gaza. As jovens Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy, todas com 20 anos, e Liri Albag, de 19 anos, foram entregues à Cruz Vermelha e já estão em solo israelense.
As quatro mulheres, que prestavam serviço militar nas Forças de Defesa de Israel (IDF), estavam em cativeiro há 15 meses, desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 250 reféns. Elas foram capturadas na base militar de Nahal Oz, onde atuavam como vigias, monitorando atividades na região.
Após a entrega, as ex-reféns foram levadas para uma base militar próxima à fronteira, onde se reuniram com familiares e passaram por avaliações médicas. O estado de saúde delas foi considerado “normal” pelas Forças de Defesa de Israel.
O Fórum das Famílias dos Reféns, que representa os parentes de israelenses sequestrados pelo Hamas, expressou alívio com a liberação, mas ressaltou a urgência de trazer de volta os cerca de 90 reféns que ainda permanecem em Gaza. “O retorno delas hoje representa um momento de luz na escuridão, ao mesmo tempo em que serve como um lembrete doloroso da urgência de trazer de volta os 90 reféns que ainda estão em Gaza”, afirmou um porta-voz do grupo.
Como parte do acordo, Israel deve libertar cerca de 200 prisioneiros palestinos em troca das quatro mulheres. O cessar-fogo foi resultado de meses de negociações mediadas pelo Catar e Egito, com apoio dos Estados Unidos, e representa a primeira interrupção significativa nos combates desde uma trégua anterior que durou apenas uma semana em novembro de 2023.
Na primeira fase do acordo, o Hamas concordou em libertar 33 reféns, incluindo crianças e idosos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel. As tropas israelenses também se comprometeram a se retirar de algumas áreas da Faixa de Gaza, permitindo que a ajuda humanitária entre na região, que enfrenta uma grave crise humanitária.
Desde o início da campanha militar israelense em Gaza, mais de 47 mil palestinos foram mortos, de acordo com autoridades locais de saúde. O Hamas, por sua vez, não divulgou informações sobre o estado dos reféns que ainda mantém, mas a expectativa é que mais detalhes sejam fornecidos nas próximas semanas.
A liberação das quatro mulheres representa um passo importante nas negociações entre Israel e Hamas, que ainda precisam resolver questões complexas sobre a troca de reféns restantes e a situação humanitária em Gaza. O acordo, no entanto, não inclui garantias de que o cessar-fogo se manterá, o que levanta preocupações sobre a continuidade das hostilidades.
As quatro jovens reféns foram recebidas com emoção por suas famílias e pela sociedade israelense, que aguarda ansiosamente a liberação dos demais reféns ainda em cativeiro. A situação continua a ser monitorada de perto pelas autoridades israelenses, que se preparam para possíveis novas trocas de prisioneiros conforme as negociações avançam.
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