Prefeito de SP afirma que cidade estava 'preparada' após alagamentos históricos
Ricardo Nunes minimiza impactos da chuva, que causou caos e uma morte na capital paulista.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou neste sábado (25) que a cidade estava "muito preparada" para enfrentar as fortes chuvas que atingiram a capital na sexta-feira (24). Apesar de sua afirmação otimista, a realidade foi bem diferente, com alagamentos em várias regiões, caos no transporte público e até uma morte confirmada.
Durante um ato cívico em comemoração aos 471 anos da cidade, Nunes disse que os impactos da tempestade, considerada a terceira maior da história de São Paulo, poderiam ter sido mais severos não fossem as intervenções realizadas pela sua gestão. No entanto, muitos moradores da cidade não compartilham da mesma visão positiva do prefeito, especialmente aqueles que enfrentaram a força da água em suas casas.
Um dos casos mais trágicos foi o do artista plástico Rodolpho Tamanini Netto, de 73 anos, que teve sua casa invadida pela enxurrada na Zona Oeste. Seu corpo foi encontrado em meio aos destroços, evidenciando a gravidade da situação enfrentada por muitos paulistanos.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou um volume de 125,4 mm de chuva em apenas um dia, um número que não apenas superou as expectativas, mas também gerou cenas de desespero nas ruas. Carros foram arrastados e pessoas se agarraram a grades para não serem levadas pela correnteza, especialmente na Zona Norte, onde a situação foi mais crítica.
Nunes, ao comentar sobre a resposta da prefeitura, afirmou que a cidade possui uma estrutura de emergência com 353 veículos e 2.400 funcionários prontos para agir em situações de crise. “A prefeitura atuou rapidamente para minimizar os impactos das fortes chuvas”, disse o prefeito, enquanto muitos se perguntavam se essa "preparação" foi realmente eficaz.
Em um momento de aparente desconexão com a realidade, Nunes afirmou que a "resiliência da cidade" foi evidente, mesmo diante do caos. No entanto, a realidade nos bairros mais afetados conta uma história diferente, onde muitos residentes tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo.
Além do impacto nas casas e no transporte, a chuva também deixou mais de 13 mil imóveis sem energia elétrica, complicando ainda mais a situação para os moradores que já lidavam com os efeitos da tempestade. A Linha 1-Azul do metrô, que atende a diversas regiões da cidade, operou apenas parcialmente, com algumas estações fechadas para limpeza.
O prefeito também fez questão de mencionar que as mudanças climáticas dificultam previsões mais precisas sobre o volume de chuvas. Contudo, muitos questionam se a gestão da cidade está realmente preparada para enfrentar esses eventos extremos, ou se as promessas de infraestrutura e melhorias são apenas palavras ao vento.
Enquanto isso, os moradores da cidade se deparam com a realidade de suas casas alagadas e a necessidade urgente de respostas efetivas. As promessas de melhorias e a "preparação" da prefeitura parecem distantes para quem viveu a tempestade de perto.
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