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EUA suspendem vistos para colombianos após recusa de Petro em aceitar deportações
A decisão do governo Trump ocorre em resposta à proibição do presidente colombiano Gustavo Petro sobre voos com deportados.
A crise diplomática entre os Estados Unidos e a Colômbia se intensificou após a decisão do presidente colombiano, Gustavo Petro, de não aceitar voos com deportados provenientes dos EUA. Em retaliação, o governo de Donald Trump anunciou a suspensão da emissão de vistos para colombianos, uma medida que começa a valer a partir desta segunda-feira (27).
O conflito teve início quando Petro declarou que apenas receberia colombianos deportados em voos comerciais, proibindo a entrada de aviões militares americanos que transportam deportados. Essa declaração foi feita em resposta a relatos de abusos sofridos por brasileiros deportados, que chegaram ao Brasil algemados e com os pés acorrentados, o que gerou indignação e repercussão negativa.
“Os EUA não podem tratar os migrantes colombianos como criminosos. Proíbo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território”, afirmou Petro em uma postagem nas redes sociais. Ele ainda pediu que os Estados Unidos estabelecessem um protocolo que assegurasse um tratamento digno aos migrantes antes de serem recebidos pela Colômbia.
A decisão do governo americano foi confirmada por fontes do Departamento de Estado, que indicaram que outras medidas de retaliação estão sendo planejadas. A suspensão da seção de vistos na embaixada dos EUA em Bogotá ocorre em um momento de crescente tensão entre os dois países, especialmente após a recente experiência negativa vivida por brasileiros deportados.
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Além disso, a situação pode ter repercussões mais amplas na região, já que o governo do México também expressou disposição para cooperar com os EUA na recepção de seus cidadãos deportados, mas sob condições que garantam um tratamento adequado.
O governo colombiano, por sua vez, enfrenta um dilema, já que, assim como o Brasil, havia assinado um acordo com os EUA para facilitar o retorno de nacionais deportados. No entanto, a recusa de Petro em aceitar os voos militares reflete uma postura mais firme em relação ao tratamento dos migrantes e à soberania nacional.
Petro, que assumiu a presidência da Colômbia em 2022, tem se posicionado contra as políticas de imigração do governo Trump, que incluem medidas rigorosas de deportação e restrições à entrada de imigrantes no país. A situação atual levanta preocupações sobre o futuro das relações entre a Colômbia e os Estados Unidos, especialmente em um contexto onde a imigração é um tema sensível e polarizador.
O presidente colombiano também mencionou que existem cerca de 15.660 americanos vivendo irregularmente na Colômbia, e que eles devem regularizar sua situação junto às autoridades locais. Essa declaração pode ser vista como uma forma de pressionar os EUA a reconsiderar sua postura em relação aos migrantes colombianos.
As tensões entre os dois países não são novas, mas a atual crise parece ser um ponto de inflexão nas relações bilaterais, especialmente em um momento em que a política de imigração está no centro do debate público nos Estados Unidos.
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