Gustavo Petro, presidente colombiano, proíbe entrada de aviões americanos com deportados, levando EUA a fechar seção de vistos.
26 de Janeiro de 2025 às 15h55

Após presidente da Colômbia desautorizar aviões com deportados, EUA suspendem vistos

Gustavo Petro, presidente colombiano, proíbe entrada de aviões americanos com deportados, levando EUA a fechar seção de vistos.

O governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão da emissão de vistos para colombianos, em resposta à decisão do presidente Gustavo Petro de não permitir a entrada de aviões militares americanos com deportados. A medida foi divulgada após Petro afirmar que os migrantes colombianos não devem ser tratados como criminosos.

Na madrugada de domingo (26), Petro usou a rede social X para declarar: “Os EUA não podem tratar como criminosos os migrantes colombianos. Desautorizo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território. Os EUA devem estabelecer um protocolo de tratamento digno aos migrantes antes que os recebamos.”

A decisão de Petro ocorre em um contexto de crescente tensão diplomática entre Colômbia e Estados Unidos, especialmente após relatos de deportados que chegaram ao Brasil em condições consideradas degradantes. O presidente colombiano se juntou a outros líderes da América Latina em um apelo para que os direitos dos migrantes sejam respeitados.

Fontes do Departamento de Estado dos EUA confirmaram que a seção de vistos da embaixada em Bogotá será fechada a partir desta segunda-feira (27). A decisão é vista como uma retaliação direta à recusa de Petro em aceitar voos de repatriação de colombianos deportados. Além disso, há indicações de que outras medidas de represália estão sendo planejadas.

O governo colombiano já havia expressado sua preocupação com o tratamento dado aos deportados, enfatizando que um migrante deve ser tratado com dignidade. “Um migrante não é um criminoso e deve ser tratado com a dignidade que um ser humano merece”, afirmou Petro em suas declarações.

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Desde a posse de Donald Trump, em janeiro, os EUA têm intensificado suas políticas de deportação, o que gerou reações adversas de vários países da América Latina. O Brasil, por exemplo, também denunciou o tratamento considerado desumano de deportados que chegaram ao país algemados.

O impacto dessas medidas já está sendo sentido na Colômbia, onde a suspensão de vistos pode afetar milhares de colombianos que desejam viajar para os EUA. Além disso, a situação pode agravar as relações entre os dois países, que historicamente têm sido aliadas em questões de segurança e comércio.

Petro, que assumiu a presidência em 2022, tem se posicionado como um crítico das políticas de imigração dos EUA, argumentando que as ações de Washington contribuem para a crise migratória na região. Ele também tem buscado apoio de outros líderes latino-americanos para uma abordagem mais humanitária em relação aos migrantes.

O fechamento da seção de vistos na Colômbia levanta preocupações sobre o futuro das relações bilaterais e a possibilidade de um aumento nas tensões diplomáticas. A Colômbia, que já havia assinado acordos de repatriação com os EUA, agora se vê em uma posição delicada, tendo que equilibrar as demandas de seu governo com as pressões externas.

Enquanto isso, os colombianos que vivem nos EUA, muitos deles em situação irregular, devem agora se preparar para possíveis complicações em suas situações legais, uma vez que as autoridades americanas intensificam a fiscalização.

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