Dois voos da Força Aérea da Colômbia aterrissaram em Bogotá com quase 200 migrantes deportados, encerrando crise diplomática.
28 de Janeiro de 2025 às 13h59

Aviões da Colômbia trazem deportados dos EUA após tensões com Trump

Dois voos da Força Aérea da Colômbia aterrissaram em Bogotá com quase 200 migrantes deportados, encerrando crise diplomática.

BOGOTÁ - Na madrugada desta terça-feira (28), dois aviões da Força Aérea da Colômbia chegaram a Bogotá, transportando quase 200 colombianos deportados dos Estados Unidos. A chegada dos deportados ocorre após uma intensa crise diplomática entre os governos de Donald Trump e Gustavo Petro, presidente da Colômbia.

O presidente Petro, que é o primeiro líder de esquerda da Colômbia, confirmou a aterrissagem dos voos e fez questão de ressaltar a dignidade dos deportados. “São colombianos, são livres e dignos e estão em sua pátria, onde são amados. O migrante não é um delinquente, é um ser humano que quer trabalhar e progredir, viver a vida”, declarou em sua conta na rede social X.

Uma das deportadas, que preferiu não se identificar, relatou à rádio Caracol sua experiência nos Estados Unidos. “Chegamos bem, graças a Deus. Entrei nos Estados Unidos como imigrante e em nenhum momento saí dos abrigos”, afirmou. Ela ainda destacou que “não somos criminosos”, referindo-se ao tratamento que recebeu durante sua deportação.

Imagens divulgadas pelo governo colombiano mostraram os deportados descendo dos aviões, muitos usando máscaras, mas sem algemas, em contraste com a situação anterior em que eram frequentemente tratados como criminosos. A mudança de postura de Petro foi uma resposta direta às preocupações sobre as condições de transferência dos deportados.

A crise diplomática começou quando o governo colombiano se opôs à entrada de voos militares dos Estados Unidos, alegando que as condições de transferência eram inadequadas. Essa discordância levou a ameaças tarifárias mútuas entre os dois países, complicando ainda mais as relações bilaterais.

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Após negociações intensas, Bogotá aceitou os termos estabelecidos pelo governo Trump, o que resultou na chegada dos primeiros deportados. Este episódio marca um ponto significativo nas relações entre a Colômbia e os Estados Unidos, especialmente em um momento em que a migração irregular é um tema sensível nas políticas de ambos os países.

O governo colombiano, por sua vez, anunciou a implementação de um “plano de crédito acessível” para apoiar a reintegração dos deportados na sociedade. Petro afirmou que o objetivo é facilitar a reintegração produtiva dos colombianos que retornam ao país.

Enquanto isso, as tensões entre os dois países não se dissiparam completamente. Trump, em discurso a congressistas republicanos, declarou que “os Estados Unidos são respeitados novamente” e reafirmou sua política de deportações, que inclui a expulsão de imigrantes ilegais.

O incidente também gerou reações de outros países da América Latina, com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, celebrando o acordo entre Bogotá e Washington que evitou a imposição de tarifas.

As deportações de migrantes colombianos e as tensões diplomáticas com os Estados Unidos refletem um contexto mais amplo de desafios enfrentados por muitos países da região, que lidam com as consequências das políticas de imigração dos Estados Unidos.

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