O Banco Central aponta aumento de 4,6 pontos percentuais na taxa do rotativo em um mês.
27 de Janeiro de 2025 às 11h15

Taxa de juros do cartão de crédito rotativo atinge 450,5% ao ano em dezembro

O Banco Central aponta aumento de 4,6 pontos percentuais na taxa do rotativo em um mês.

A taxa de juros do cartão de crédito rotativo no Brasil registrou um aumento significativo em dezembro, passando de 445,9% ao ano em novembro para 450,5%, conforme dados divulgados pelo Banco Central. Essa modalidade de crédito, que inclui saques realizados na função crédito do cartão, é uma das mais onerosas para os consumidores.

Além do rotativo, a taxa de juros do parcelado do cartão também apresentou variação, caindo de 183,2% para 171,2%. Com isso, a taxa total de juros aplicada aos cartões de crédito, que considera tanto o rotativo quanto o parcelado, diminuiu de 82,1% para 76,9% em dezembro.

No que diz respeito ao cheque especial, a taxa de juros cobrada pelos bancos foi de 136%, uma leve redução em relação aos 138,2% registrados em novembro. Essa diminuição, embora modesta, pode indicar uma tentativa das instituições financeiras de se ajustarem a um cenário econômico desafiador.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a instituição não tem a intenção de descontinuar a série histórica das taxas de juros, uma vez que elas são fundamentais para a análise da evolução dos encargos financeiros no país. Rocha ressaltou que, embora as taxas anuais possam parecer alarmantes, elas são calculadas com base em extrapolações das taxas mensais, que nem sempre refletem a realidade do tempo que os consumidores permanecem endividados.

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O aumento na taxa do rotativo é particularmente preocupante, pois muitos consumidores podem se ver em uma situação de inadimplência. Em casos de não pagamento, os bancos são obrigados a oferecer opções de parcelamento do saldo devedor ou alternativas para a quitação da dívida em condições mais favoráveis dentro de um prazo de 30 dias.

O cenário atual levanta discussões sobre a necessidade de regulamentação mais rígida para as taxas de juros, especialmente considerando que o Congresso Nacional estabeleceu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso não houvesse um consenso entre as instituições financeiras.

Com a falta de acordo entre os bancos, o teto para os juros e encargos da modalidade começará a valer a partir de 3 de janeiro de 2024. Essa medida visa proteger os consumidores e garantir que as taxas sejam mais justas e acessíveis.

Os dados apresentados pelo Banco Central servem como um alerta para a população, que deve estar atenta às condições de crédito e às taxas que podem incidir sobre suas dívidas. A educação financeira é essencial para evitar que os consumidores se tornem reféns de juros exorbitantes.

As taxas de juros do cartão de crédito rotativo e do cheque especial continuam a ser um tema de grande relevância no debate econômico nacional, refletindo a saúde financeira dos brasileiros e a necessidade de uma maior transparência nas práticas bancárias.

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