Expectativas de inflação em alta e aversão ao risco impactam o mercado financeiro nesta segunda-feira.
27 de Janeiro de 2025 às 11h20

Juros futuros: alta nos curtos e queda nos longos em meio a incertezas inflacionárias

Expectativas de inflação em alta e aversão ao risco impactam o mercado financeiro nesta segunda-feira.

Os juros futuros iniciaram a semana com movimentos distintos nesta segunda-feira, com a ponta curta da curva de juros apresentando alta, enquanto os longos registraram queda. Esse comportamento é reflexo das novas expectativas de inflação que surgiram após a divulgação de dados recentes e a aversão global ao risco, que afetou as taxas de rendimento dos Treasuries nos Estados Unidos e dos títulos soberanos na Europa.

Por volta das 9h20, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 subiu de 15,145% para 15,18%. A taxa do DI para janeiro de 2027 oscilava de 15,39% a 15,385%, enquanto o DI de janeiro de 2029 recuava de 15,18% para 15,145%. O DI com vencimento em janeiro de 2031 também apresentou queda, passando de 15,14% para 15,08%.

Nos Estados Unidos, a taxa da T-note de dez anos caiu de 4,634% para 4,514%, refletindo a aversão ao risco que permeia os mercados financeiros. Da mesma forma, o rendimento do Bund alemão, também de dez anos, recuou de 2,577% para 2,505%.

O relatório Focus, que compila as expectativas do mercado, revelou um aumento nas previsões para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025, que saltou de 5,08% para 5,5%. A expectativa para o IPCA de 2026 também foi revisada para cima, passando de 4,1% para 4,22%. Por outro lado, a expectativa para a taxa Selic se manteve em 15% para este ano, mas subiu de 12,25% para 12,5% em 2026.

O aumento das expectativas de inflação está ligado a fatores como a alta nos preços dos alimentos, que têm gerado preocupações entre os investidores e analistas de mercado. Ruídos sobre possíveis medidas que o governo pode implementar para conter essa alta também influenciam o cenário econômico.

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Além disso, a instabilidade do dólar, que se valoriza frente ao real, contribui para a pressão inflacionária, uma vez que a moeda americana é um fator importante nos custos de importação de produtos essenciais.

O mercado financeiro, por sua vez, continua a reagir a esses fatores, com os investidores monitorando de perto os próximos passos do governo e as decisões do Banco Central. A expectativa é que novas informações sobre a inflação e o comportamento do mercado global possam influenciar as taxas de juros nos próximos dias.

Os analistas ressaltam que a volatilidade nas taxas de juros é um reflexo da incerteza econômica atual e que os investidores devem estar atentos às mudanças nas expectativas de inflação, que podem impactar diretamente as decisões de investimento e a política monetária no Brasil.

Com a proximidade das reuniões do Banco Central e a divulgação de novos dados econômicos, o cenário permanece incerto, e os movimentos nos juros futuros devem continuar a ser influenciados por essas variáveis.

O monitoramento constante das expectativas de inflação e das taxas de juros será essencial para entender a dinâmica do mercado financeiro nos próximos meses, especialmente em um contexto de incertezas globais.

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