Encontro convocado pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, ocorrerá em 30 de janeiro.
27 de Janeiro de 2025 às 12h30

Celac realiza reunião de emergência para abordar crise de deportações dos EUA

Encontro convocado pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, ocorrerá em 30 de janeiro.

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) se reunirá em caráter de emergência no próximo dia 30 de janeiro, convocada pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, que também preside a entidade. O encontro, que será realizado em formato híbrido na capital Tegucigalpa, terá como foco principal a crescente crise de deportações de imigrantes latino-americanos pelos Estados Unidos, sob a nova política do governo de Donald Trump.

Castro, em uma publicação nas redes sociais, enfatizou a urgência da reunião, destacando a necessidade de discutir os impactos das recentes políticas migratórias dos EUA, que têm gerado repercussões significativas em diversos países da região. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem participado ativamente das discussões dentro da Celac, está avaliando sua participação no encontro, que deverá ocorrer remotamente, conforme informações de fontes ligadas ao Itamaraty.

A crise de deportações se intensificou após o governo Trump impor sanções à Colômbia, em resposta à recusa do presidente colombiano, Gustavo Petro, em permitir a entrada de voos militares dos EUA que transportavam deportados. Trump anunciou uma série de medidas severas, incluindo a suspensão de vistos para membros do governo colombiano e tarifas alfandegárias de 25% sobre produtos colombianos, com a ameaça de aumento para 50% em uma semana. O presidente americano justificou essas ações alegando que a decisão de Petro comprometeu a segurança nacional dos EUA.

Em resposta, Petro adotou medidas de retaliação econômica, impondo tarifas similares sobre produtos norte-americanos e fazendo declarações irônicas nas redes sociais, ressaltando a crescente tensão entre os dois países. O líder colombiano afirmou: “Trump, não gosto muito de viajar para os EUA, é meio chato”, em uma crítica ao ex-presidente americano.

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Além disso, Petro levantou o caso de brasileiros que acusam agentes de imigração dos EUA de agressões e tratamento degradante, afirmando que não aceitará mais deportações em aviões militares. A mudança de postura do Brasil sob o governo de Lula, que retornou à Celac após um período de afastamento durante o governo Bolsonaro, torna a reunião da próxima quinta-feira um marco importante na busca por uma resposta regional unificada diante dos desafios impostos pela nova política migratória dos Estados Unidos.

O encontro contará com a presença de Gustavo Petro, que confirmou sua participação presencial, e deverá marcar uma nova fase nas relações diplomáticas da América Latina com os EUA. A comunidade latino-americana enfrenta o desafio de equilibrar questões internas de imigração com as tensões diplomáticas com Washington, em um cenário que se torna cada vez mais complexo.

Os líderes da Celac esperam que a reunião possa resultar em uma estratégia conjunta para lidar com a crise migratória, promovendo a proteção dos direitos humanos e a cooperação entre os países da região. A expectativa é que o encontro também aborde as preocupações relacionadas ao tratamento de imigrantes deportados e as implicações das políticas de Trump para a segurança e a diplomacia na América Latina.

Com o aumento das tensões e a necessidade de uma resposta coordenada, a reunião da Celac se apresenta como uma oportunidade crucial para que os países da região discutam soluções e estratégias coletivas para enfrentar os desafios impostos pela nova política de imigração dos Estados Unidos.

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