Moro critica governo Lula e defende deportações como prática comum dos EUA
Senador afirma que críticas ao uso de algemas em deportações são uma cortina de fumaça para encobrir falhas do governo atual.
O senador Sérgio Moro (União-PR) se manifestou neste domingo, 26, sobre as recentes críticas ao uso de algemas em brasileiros deportados dos Estados Unidos, afirmando que essas críticas são, na verdade, uma “cortina de fumaça” para encobrir o que ele considera falhas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moro, que foi juiz federal e ganhou notoriedade como um dos principais nomes da operação Lava Jato, declarou que a prática de algemar deportados não é novidade e que “não é de agora e vai continuar sendo assim”. Ele ainda considerou “exagero” o uso de algemas em casos de pessoas que não possuem condenação, mas ressaltou que a discussão em torno do tema é uma “exploração política”.
Os relatos de brasileiros deportados que chegaram ao Brasil na última sexta-feira, 24, revelam cenas de violência e maus-tratos durante o voo, onde os deportados estavam algemados. A aeronave, sob a guarda do governo americano, fez uma parada em Manaus devido a problemas técnicos, e o restante do trajeto até Belo Horizonte foi realizado em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Por determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as algemas foram retiradas apenas no segundo trecho do voo. Em setembro de 2021, durante o período em que Moro foi ministro, o Brasil havia solicitado ao governo americano que os deportados não fossem algemados, uma vez que a maioria não possuía condenação criminal e não representava ameaça à segurança da aeronave.
Neste domingo, o Itamaraty emitiu uma nota afirmando que o uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos do acordo com os EUA, que prevê tratamento digno e respeitoso aos repatriados. O governo brasileiro afirmou que irá pedir esclarecimentos sobre o ocorrido ao governo norte-americano.
Embora a deportação em massa de imigrantes ilegais tenha sido uma das principais promessas de campanha do ex-presidente Donald Trump, o recente voo de deportação com 158 pessoas, incluindo 88 brasileiros, é resultado da administração do ex-presidente Joe Biden.
Moro também comentou sobre a situação na Colômbia, onde o presidente Gustavo Petro se opôs à entrada de aviões que transportavam imigrantes ilegais de volta ao país e ordenou que um avião presidencial buscasse os deportados nos EUA. Essa ação resultou em sanções econômicas e diplomáticas impostas por Trump ao governo colombiano, levando a um recuo e a um acordo entre os dois países.
O senador repostou um texto de Iván Duque, ex-presidente colombiano e principal opositor a Petro, que criticou a decisão do governo colombiano, afirmando que “desafiou uma decisão soberana dos Estados Unidos” e que “a diplomacia e a inteligência” devem prevalecer sobre “as explosões ideológicas e os caprichos do governo Petro”.
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