União Europeia renova sanções contra a Rússia após bloqueio da Hungria
Decisão foi tomada em reunião dos ministros das Relações Exteriores e se aplica até 31 de janeiro.
A União Europeia (UE) decidiu, nesta segunda-feira (27), renovar as sanções econômicas contra a Rússia em resposta à invasão da Ucrânia, uma medida que exige a unanimidade dos países membros. A alta representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, anunciou a prorrogação das restrições, que continuarão a privar Moscou de receitas essenciais para financiar sua guerra.
A renovação das sanções foi viabilizada após a Hungria retirar seu veto, que havia bloqueado a decisão anteriormente. Kallas destacou em suas redes sociais: “A Europa cumpre sua promessa. Os ministros das Relações Exteriores da UE acabaram de decidir estender as sanções à Rússia novamente. Isso continuará a privar Moscou de receitas para financiar sua guerra”.
A Hungria, que havia sugerido a possibilidade de vetar a renovação, argumentou que seria prudente aguardar a política do novo governo dos Estados Unidos. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, mencionou que o bloco deveria pressionar a Ucrânia a reabrir um gasoduto para a Europa Central como condição para suspender o veto.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a UE já adotou 15 pacotes de sanções contra a Rússia, com o objetivo de limitar a capacidade do país de conduzir sua “guerra de agressão ilegal” contra a Ucrânia. As sanções abrangem setores como energia, tecnologia, finanças e bens de luxo, além de congelar ativos do banco central russo.
Além disso, a decisão de renovar as sanções foi confirmada após uma reunião extraordinária entre a Comissão Europeia e os Estados membros, onde garantiram à Hungria a segurança das suas infraestruturas energéticas essenciais, incluindo gasodutos e oleodutos. O ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, afirmou que “a segurança energética da Hungria está garantida”.
As sanções europeias foram inicialmente implementadas em 2014, após a anexação da Crimeia, e foram progressivamente ampliadas desde o início da guerra em larga escala em 2022. O bloco europeu já comprometeu 18,1 bilhões de euros em assistência econômica à Ucrânia, em colaboração com os países do G7.
Atualmente, a UE está trabalhando em um décimo sexto pacote de sanções, que pode ser anunciado coincidentemente com o terceiro aniversário do início da invasão russa, previsto para o final de fevereiro.
A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, manifestou apoio à prorrogação das sanções, enfatizando seu impacto na economia russa e a necessidade de pressionar o presidente Vladimir Putin a negociar. “Queremos paz, mas isso significa que precisamos que Putin esteja na mesa de negociações”, declarou Valtonen.
A extensão das sanções reflete a estratégia conjunta dos Estados membros da UE, que buscam limitar os recursos econômicos da Rússia e apoiar a Ucrânia em sua resistência militar e processo de reconstrução.
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