Trump anuncia ordens executivas para reverter políticas militares de Biden
O presidente dos EUA, Donald Trump, planeja assinar ordens que revogam iniciativas de inclusão militar e vacinação.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira sua intenção de assinar uma série de ordens executivas que visam reverter políticas implementadas pela administração de Joe Biden, especialmente aquelas relacionadas ao exército. As medidas incluem a reintegração de militares que foram dispensados por se recusarem a tomar a vacina contra a COVID-19 e a eliminação de diretrizes que permitem a inclusão de membros transgêneros nas Forças Armadas.
Entre as ordens que Trump pretende assinar, uma delas direciona o secretário de Defesa a “reintegrar os membros das Forças Armadas que foram demitidos por se recusarem a receber a vacina, com pagamento retroativo e benefícios completos”, conforme informações divulgadas pela Casa Branca. Estima-se que mais de 8.000 militares tenham sido dispensados entre 2021 e 2023 devido à política de vacinação obrigatória.
A decisão de Biden em agosto de 2021, que tornou a vacinação obrigatória para todos os membros do exército, foi criticada por Trump, que argumentou que a medida teve um efeito negativo na recrutamento, resultando em uma falta de 41.000 recrutas em 2023. Apesar da revogação da obrigatoriedade da vacina, apenas 43 militares optaram por retornar ao serviço.
Além disso, Trump planeja revogar as diretrizes que permitiram a inclusão de pessoas transgêneros nas Forças Armadas, uma política que foi restaurada por Biden logo após sua posse em 2021. Durante um retiro republicano em Miami, Trump afirmou: “Para garantir que temos a força de combate mais letal do mundo, vamos tirar a ideologia transgênero do nosso exército”.
Essa mudança de política representa um retrocesso significativo nos direitos LGBTQ+ nas Forças Armadas, uma questão que tem gerado debates acalorados nos últimos anos. A permissão para que pessoas transgêneros servissem abertamente foi implementada pela administração Obama em 2016, mas foi revertida por Trump em 2017, que alegou preocupações com custos e prontidão militar.
Trump também anunciou a criação de um sistema de defesa antimísseis semelhante ao “Iron Dome” de Israel, com o objetivo de proteger os Estados Unidos contra ataques aéreos avançados. A Casa Branca não forneceu detalhes sobre o custo ou o cronograma para o desenvolvimento desse sistema, mas a proposta foi uma promessa repetida durante sua campanha.
Outra ordem esperada de Trump visa proibir programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no Departamento de Defesa e no Departamento de Segurança Interna. A medida pretende eliminar preferências baseadas em raça ou sexo e revisar currículos para remover ideologias consideradas radicais.
As ações de Trump refletem um esforço mais amplo de alguns republicanos para restringir os direitos de pessoas transgêneros em todo o país, com legislações que limitam o acesso a cuidados de saúde afirmativos de gênero e proíbem atletas transgêneros de competir em esportes escolares. O número de membros transgêneros nas Forças Armadas dos EUA é estimado em cerca de 15.000, um número relativamente pequeno em comparação com o total de mais de dois milhões de militares.
O ex-secretário de Defesa Lloyd Austin, em um discurso de despedida, alertou sobre as consequências de excluir cidadãos qualificados do serviço militar, afirmando que “qualquer exército que rejeita patriotas qualificados que estão ansiosos para servir está apenas tornando-se menor e mais fraco”.
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