Retirada de algemas em deportados brasileiros é uma ação recente, mas não é novidade no governo Biden.
25 de Janeiro de 2025 às 21h41

Governo Biden também algemou brasileiros deportados em voos para o Brasil

Retirada de algemas em deportados brasileiros é uma ação recente, mas não é novidade no governo Biden.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil determinou a retirada das algemas de brasileiros deportados dos Estados Unidos em um voo que pousou em Manaus (AM) na noite de sexta-feira, 24, após um problema técnico. O destino final da viagem seria Belo Horizonte (MG). Para o trecho brasileiro, que ocorrerá neste sábado, 25, o governo decidiu que o transporte será feito por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), sem que os passageiros estejam acorrentados ou algemados. A informação foi confirmada pelo ministério.

No entanto, essa não é a primeira vez que brasileiros deportados dos EUA são transportados algemados. A situação atual foi possível de ser corrigida devido ao pouso inesperado em solo brasileiro, permitindo que as autoridades brasileiras intervissem. Das 158 pessoas no voo que partiu dos EUA, 88 eram brasileiras.

“Por orientação de Lewandowski, a Polícia Federal recepcionou os brasileiros e determinou às autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas. O ministro destacou ao presidente o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”, diz o comunicado oficial.

“Ao tomar conhecimento da situação, o Presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, garantindo que possam completar a viagem com dignidade e segurança”, acrescenta o ministério.

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Outras situações semelhantes ocorreram anteriormente. Em maio de 2021, por exemplo, um voo de deportados sob o governo Biden chegou a Belo Horizonte com todos os 30 brasileiros que estavam detidos após entrarem no país de forma ilegal, viajando com mãos e pés acorrentados, conforme determinação das autoridades americanas.

Em setembro de 2021, o governo dos EUA solicitou ao Brasil autorização para aumentar a frequência de voos de deportação para três por semana. Na ocasião, o Itamaraty concordou com dois voos semanais e pediu que os deportados não fossem algemados. O governo brasileiro destacou que a maioria dos deportados não possui condenação criminal prévia e não representa ameaça à segurança da aeronave.

Contudo, a situação se repetiu. Em 26 de janeiro de 2022, homens e mulheres foram algemados na frente dos filhos em um voo que chegou ao Brasil, segundo relatos obtidos pela imprensa. “Alguns passageiros afirmaram à reportagem ter sofrido maus-tratos, e autoridades confirmaram que receberam relatos semelhantes”, noticiou um veículo de comunicação brasileiro.

A utilização de algemas em voos de deportação é uma determinação das autoridades dos Estados Unidos, independentemente do país de origem dos imigrantes. O governo americano reconheceu as preocupações do Brasil em relação a essa prática, mas justificou como uma questão de segurança, visando “evitar brigas durante o voo” ou um possível sequestro da aeronave, conforme reportagens anteriores.

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