CIDADE DO VATICANO - O Vaticano solicita atenção governamental ao uso da inteligência artificial, destacando riscos éticos e sociais.
28 de Janeiro de 2025 às 15h35

Vaticano alerta sobre riscos da IA e pede supervisão rigorosa para evitar desinformação

CIDADE DO VATICANO - O Vaticano solicita atenção governamental ao uso da inteligência artificial, destacando riscos éticos e sociais.

CIDADE DO VATICANO – O Vaticano emitiu um comunicado nesta terça-feira (28) pedindo que os governos de todo o mundo mantenham uma supervisão rigorosa sobre o desenvolvimento da inteligência artificial (IA). O alerta foi dado em um novo documento intitulado “Antica et nova” (Antiga e nova), elaborado por dois departamentos da Santa Sé e aprovado pelo Papa Francisco.

O texto destaca que a IA possui “uma sombra do mal”, referindo-se à sua capacidade de disseminar desinformação, que pode minar os fundamentos da sociedade. “A mídia falsa gerada pela IA pode gradualmente minar os fundamentos da sociedade”, afirma o documento.

O Papa Francisco, que lidera a Igreja Católica desde 2013 e conta com aproximadamente 1,4 bilhão de fiéis, tem se mostrado cada vez mais preocupado com os impactos éticos da tecnologia. Recentemente, ele enviou uma mensagem ao Fórum Econômico Mundial em Davos, alertando sobre “preocupações críticas” que a IA levanta para o futuro da humanidade.

O comunicado do Vaticano também enfatiza a necessidade de uma regulamentação cuidadosa, especialmente em relação à desinformação que pode ser amplificada por meio de mídias influenciadas pela IA. “Essa questão requer uma regulamentação cuidadosa, pois a desinformação – especialmente por meio da mídia controlada ou influenciada pela IA – pode se espalhar involuntariamente, alimentando a polarização política e a agitação social”, diz o texto.

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O documento analisa os impactos da inteligência artificial em diversos setores, como mercado de trabalho, saúde e educação. O Papa Francisco já havia abordado a questão da tecnologia na cúpula do G7 na Itália, em junho do ano passado, alertando que as pessoas não devem permitir que algoritmos decidam seu destino.

Além disso, o Vaticano ressalta que a avaliação moral da tecnologia deve levar em conta como ela é direcionada e utilizada. “Como em todas as áreas em que os seres humanos são chamados a tomar decisões, a sombra do mal também aparece aqui”, afirma o documento.

A crescente preocupação da liderança da Igreja Católica com a inteligência artificial reflete um entendimento mais amplo sobre os desafios éticos que a tecnologia impõe à sociedade contemporânea. O Vaticano, ao se posicionar sobre o tema, busca incentivar um debate mais profundo sobre a responsabilidade no uso dessas ferramentas tecnológicas.

O comunicado é um convite à reflexão sobre o papel da IA na sociedade e suas implicações éticas, destacando a importância de uma abordagem cautelosa e responsável por parte dos governantes e da sociedade civil.

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