Deise Moura dos Anjos, investigada por envenenamento, teve prisão prorrogada após confirmação de assinatura em entrega de veneno.
28 de Janeiro de 2025 às 18h21

Suspeita de envenenamento assina recebimento de arsênio pelos Correios, diz polícia

Deise Moura dos Anjos, investigada por envenenamento, teve prisão prorrogada após confirmação de assinatura em entrega de veneno.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou que Deise Moura dos Anjos, principal suspeita de envenenar familiares, recebeu arsênio pelos Correios. A informação foi divulgada pelo chefe da corporação, Fernando Sodré, em entrevista na manhã desta terça-feira (28).

De acordo com o delegado, a investigação teve acesso a dados dos Correios que mostram a assinatura de Deise no comprovante de entrega de uma encomenda de arsênio, substância que teria sido utilizada para envenenar um bolo que resultou na morte de três pessoas da mesma família em Torres, no litoral gaúcho, em dezembro do ano passado.

“Foi recebido o comprovante da entrega do arsênio com a assinatura dela”, afirmou Sodré. A polícia já havia identificado que Deise realizou buscas na internet relacionadas ao veneno, o que levanta ainda mais suspeitas sobre sua participação nos crimes.

Além disso, a prisão temporária de Deise foi prorrogada por mais 30 dias, conforme solicitado pela polícia. O delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso justificou o pedido, afirmando que “a liberdade de Deise coloca em risco a obtenção das provas” necessárias para o caso. A Justiça ainda analisa a solicitação.

O inquérito, que inicialmente tinha prazo para ser finalizado em 5 de fevereiro, está em andamento e a polícia continua coletando evidências. O relatório inicial da investigação apontou que a suspeita buscou informações sobre venenos, incluindo termos como “arsênio veneno” e “veneno que mata humano”.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

No dia 20 de janeiro, Zeli dos Anjos, sogra de Deise, e seu marido, Diego Silva dos Anjos, prestaram depoimentos como testemunhas, mas não são considerados suspeitos pela polícia. A defesa de Deise, representada pelo escritório Cassyus Pontes Advocacia, declarou que aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise.

As vítimas do envenenamento, que estavam reunidas em um café da tarde, apresentaram sintomas graves após consumirem o bolo. Três mulheres, irmãs e sobrinha da sogra de Deise, não resistiram e faleceram. Zeli dos Anjos, que preparou o bolo, também foi hospitalizada, mas recebeu alta posteriormente.

A defesa de Deise alega que há contato com peritos criminais para avaliar a documentação oficial e as notícias veiculadas pela mídia. A investigação continua, e novas diligências estão previstas para elucidar os fatos relacionados ao caso.

O caso de Deise Moura dos Anjos se tornou um dos mais complexos da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, envolvendo investigações sobre envenenamentos em série dentro de um contexto familiar. O delegado Fernando Sodré destacou que nunca presenciou algo semelhante em sua carreira, evidenciando a gravidade da situação.

Ainda não há informações sobre a conclusão das investigações, mas a polícia segue em busca de provas que possam corroborar a acusação contra Deise, que permanece presa enquanto o caso é apurado.

Veja também:

Tópicos: