Banco Central planeja lançamento do novo recurso em junho, visando facilitar pagamentos recorrentes.
28 de Janeiro de 2025 às 18h41

Pix Automático pode movimentar US$ 30 bilhões em e-commerce nos próximos dois anos

Banco Central planeja lançamento do novo recurso em junho, visando facilitar pagamentos recorrentes.

O Pix Automático, uma nova modalidade de pagamento que será lançada pelo Banco Central em junho, tem o potencial de movimentar pelo menos US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 177,3 bilhões) nos dois primeiros anos de operação, exclusivamente no comércio eletrônico. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (28) pela empresa Ebanx, especializada em tecnologia para pagamentos.

Atualmente, o sistema Pix já realiza transações que somam mais de R$ 2 trilhões por mês, segundo dados do Banco Central. A nova modalidade promete facilitar o agendamento de pagamentos recorrentes, uma funcionalidade que pode beneficiar diversos setores, especialmente aqueles que operam com receitas recorrentes, como serviços de streaming e empresas de software como serviço (SaaS).

Eduardo de Abreu, vice-presidente de produto do Ebanx, declarou que o Pix Automático “tende a ser muito grande e muito relevante” no mercado. A novidade permitirá que os usuários agendem pagamentos com frequência semanal, mensal, trimestral ou anual, oferecendo um serviço gratuito que será disponibilizado pelas empresas, diferentemente do Pix Agendado Recorrente, que é gerenciado pelos próprios usuários.

Embora o cartão de crédito seja considerado o principal concorrente do Pix Automático no comércio eletrônico, Abreu acredita que a maior parte do crescimento do novo recurso nos primeiros dois anos virá de novos clientes que atualmente não possuem cartão ou não têm limite para utilizar esses serviços.

De acordo com a pesquisa da PCMI, o Pix Automático pode capturar cerca de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10,82 bilhões) do mercado de cartões de crédito no primeiro ano de funcionamento. O estudo não fornece detalhes sobre o desempenho do recurso no segundo ano.

Atualmente, o mercado de cartões de crédito movimenta cerca de US$ 50 bilhões (R$ 295,5 bilhões) anualmente em pagamentos recorrentes no comércio eletrônico brasileiro, segundo a análise realizada pelo Ebanx com dados internos e de outras fontes.

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O impacto do Pix Automático pode ser ainda maior do que as previsões do Ebanx, uma vez que o estudo não considera mercados além do comércio eletrônico, como o pagamento de contas de água e luz, que atualmente são quitadas por meio de boletos e débito automático, exigindo contratos bilaterais entre as empresas e os bancos.

Essa nova funcionalidade permitirá que os usuários centralizem seus pagamentos em um único banco, oferecendo a vantagem de liquidação instantânea, algo que não é possível com outras modalidades de pagamento.

Alexandre Albuquerque, analista sênior da Moody's Ratings, comentou que os bancos não devem ser significativamente impactados pelo Pix Automático, já que possuem receitas diversificadas e têm oferecido benefícios, como cashback, para manter clientes no cartão de crédito.

“Nossa visão é que não vai provocar uma perda significativa de receita para os grandes bancos do sistema”, afirmou Albuquerque.

Apesar disso, em uma estratégia que visa a fidelização e atração de empresas antes do lançamento, alguns bancos já estão se antecipando e oferecendo pagamentos recorrentes via Pix, embora em versões limitadas ao público.

O Santander Brasil, por exemplo, já disponibiliza um produto que permite o agendamento de pagamentos recorrentes via Pix, enquanto Bradesco e Itaú Unibanco anunciaram planos para lançamentos similares nas próximas semanas.

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