Após uma leve alta em dezembro, o Índice de Confiança da Indústria inicia 2024 em queda, com 98,4 pontos.
29 de Janeiro de 2025 às 10h02

Índice de Confiança da Indústria recua 1,3 ponto em janeiro, aponta FGV

Após uma leve alta em dezembro, o Índice de Confiança da Indústria inicia 2024 em queda, com 98,4 pontos.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) no Brasil apresentou uma queda de 1,3 ponto em janeiro, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 29. O índice, que agora se encontra em 98,4 pontos, é o menor desde maio do ano passado, quando atingiu 98,0 pontos.

Esse recuo ocorre após uma alta de 1,0 ponto registrada em dezembro, refletindo uma mudança nas expectativas dos empresários sobre o futuro do setor. De acordo com Stéfano Pacini, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, “a confiança da indústria inicia o ano em queda, refletindo cautela dos empresários quanto às expectativas futuras e desaceleração nos indicadores de presente”.

Na análise dos componentes do índice, o Índice de Situação Atual (ISA) teve uma queda de 5,0 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,7 pontos, estabelecendo-se em 95,9 pontos. Pacini observa que, apesar dos estoques estarem em níveis satisfatórios, a percepção sobre a demanda é negativa entre as categorias de uso.

O cenário para os próximos meses é de preocupação, com o economista alertando que “as expectativas reforçam que o início deste ano pode ter um ritmo mais fraco do que o observado em 2023”. Além disso, ele ressalta que a alta da taxa de juros e a desvalorização do câmbio representam desafios adicionais para o setor industrial.

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O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) subiu 0,4 ponto percentual em janeiro, alcançando 81,6%. Essa elevação, embora positiva, não é suficiente para compensar a queda na confiança.

Em janeiro, a confiança recuou em 10 dos 19 segmentos industriais analisados pela FGV. O índice de expectativas, que mede a percepção sobre os próximos meses, é o principal responsável pelo recuo do índice geral, evidenciando uma tendência de cautela entre os empresários.

Além disso, o Índice de Expectativas para produção nos próximos três meses caiu 4,3 pontos, atingindo 94,3 pontos, enquanto o indicador sobre contratações recuou 3,4 pontos, para 98,7 pontos. Essas quedas indicam uma expectativa de desaceleração na atividade industrial.

O cenário macroeconômico atual, com a taxa Selic elevada e o câmbio desvalorizado, pode representar um novo desafio para o setor industrial, que havia apresentado resultados positivos no ano anterior. Em dezembro, o Banco Central aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, levando-a a 12,25% ao ano, e sinalizou a possibilidade de mais altas no futuro.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para definir a taxa de juros está agendada para esta quarta-feira, 29, e será acompanhada de perto por analistas e empresários do setor.

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