Polícias do Rio e do Espírito Santo realizam operação contra lavagem de dinheiro na Maré
Ação conjunta mira quadrilha que movimentou mais de R$ 40 milhões em um ano
A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, em colaboração com a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, deflagrou na manhã desta quarta-feira uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Intitulada Conexão Perdida, a ação tem como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra membros da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), que operava um esquema de lavagem de dinheiro e até mesmo um 'banco paralelo'. A operação foi marcada por intenso tiroteio, levando ao fechamento da Avenida Brasil por volta das 4h30. Um homem foi detido durante a ação.
Informações da Subsecretaria de Inteligência do Espírito Santo revelam que o grupo exigia mensalidades de até R$ 10 mil de funcionários de empresas de serviços como internet, água e gás. Essas empresas só podiam operar nas áreas dominadas pelo TCP mediante esse pagamento. Para gerenciar e ocultar os valores ilícitos, os criminosos mantinham diversas contas bancárias, incluindo as de uma casa lotérica e do 'banco paralelo', uma instituição financeira irregular que oferecia empréstimos aos moradores da comunidade.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, comentou sobre a operação, afirmando: “Esta ação reflete o esforço coordenado entre as forças de segurança do Rio com outros estados para enfraquecer o crime organizado que hoje ultrapassa fronteiras estaduais. O criminoso que vem pra cá se esconder ou fazer escola, será preso. O Rio de Janeiro não tem espaço para criminosos, seja daqui ou de qualquer outro lugar.”
Romualdo Gianordoli Neto, subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, afirmou que a facção não apenas lavava dinheiro do tráfico de drogas local, mas também os recursos do TCP em Vitória (ES), movimentando cerca de R$ 43 milhões em menos de um ano. “Nós pedimos também o bloqueio de diversas contas bancárias usadas para a lavagem de dinheiro dessa quadrilha”, acrescentou.
As investigações tiveram início em novembro de 2024, após a prisão do traficante Luan Gomes de Faria, em Vitória. Ele e seu irmão, Bruno Gomes de Faria, conhecidos como 'os irmãos Vera', são os líderes do TCP no Espírito Santo. Bruno se refugiou no Complexo da Maré após a detenção do irmão.
Além das ações no Complexo da Maré, mandados de prisão e de busca e apreensão também serão cumpridos em outras localidades, como Bonsucesso, Campo Grande, Laranjeiras e em comunidades de Vitória, no Espírito Santo.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, destacou que “essa operação busca desarticular redes criminosas que ameaçam a segurança pública em escala regional. Como venho dizendo, vamos quebrar a estrutura financeira dessas organizações criminosas.”
A operação Conexão Perdida conta com a participação de policiais civis e militares do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, demonstrando a união entre os estados no combate ao crime organizado.
As autoridades seguem em alerta e monitorando as atividades da facção, com o intuito de desmantelar completamente a rede de lavagem de dinheiro e suas operações.
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